Estou aqui em casa, nesse sábado a tarde, me recusando a levantar do sofá pra fazer coisas mais importantes e assistindo a série Glee em DVD. O box da série, adquirido numa promoção boa do Submarino, foi promovido pela Fox, o que infelizmente significa falta de qualidade e confusão. Glee até que sofre menos com isso, o box não é o digipack dos nossos sonhos, mas pelo menos não é aquela coisa ridícula que fizeram com os boxes de Family Guy. Aliás, como bem disse um blogueiro aí dessas minhas andanças pelo google, vai chegar o dia em que a Fox vai começar a vender seus dvds dentro de um saquinho plástico.
Enfim, o box é simples, em formato amaray e apesar de ter um show de extras incríveis, nenhum deles é legendado. Aí eu fico pensando... Porque uma emissora que dubla suas séries e comete a redundância de legenda-las ao mesmo tempo, acha que não precisa legendar os extras do DVD? É absurdo! Cheios de documentários, entrevistas e spots, os discos seriam um prato cheio se você não precisasse ficar treinando seu entendimento de inglês o tempo todo. Mas deixe estar... a Fox anda perdendo um filão e eu nem queria perder essas linhas falando dela.
A razão desse post matinesco é um dos extras chamado Video Diaries, em que os atores registraram sua primeira viagem à Nova York para os eventos de estréia de Glee. Todos parecem muito deslumbrados, mas no vídeo de Chris Colfer, que interpreta o Kurt, há um momento singular que representa o verdadeiro sonho que ele e seus colegas estão vivendo. No seu quarto de hotel, olhando para a vista, ele repete como pra sí mesmo:
Eu não acredito que eu estou aqui
Eu não acredito que eu estou num programa de TV
Eu não acredito que isso está acontecendo
Parece que eu vou acordar a qualquer segundo... Tomara que não.
Logo depois, Chris sai com outros colegas de elenco pela cidade, em busca de pôsteres da série para fotografar e confirmar inconscientemente aquela realidade tão improvável para eles.
Após a exibição do último vídeo, eu, e acredito que tantos iguais a mim, atores, autores, cantores, pessoas movidas pela paixão artística, movidas pelo desejo de viver um sonho onde essa paixão fosse exercida como profissão, pessoas tomadas por uma certeza tão absoluta de que é no palco, na tela, entre as cortinas, que estão as certezas de realização plena, tive a compreensão total dos sentimentos de Chris naquele momento. Seu deslumbre teve toda a minha simpatia. Era como se eu estivesse lá, sentindo a emoção de ver meu rosto pela cidade de Nova York, sabendo que atuando e cantando, eu estava vivendo o momento mais importante da minha vida.
Gostei mais de todos eles depois daqueles vídeos... É aquela fórmula imbatível do plebeu que se identifica mais com outros plebeus que alcançam o castelo. Pois bem... Nesse meu sábado à tarde eu fiquei fugindo da realidade junto com o elenco de Glee. Sonhando com Nova York novamente... Com meu rosto em pôsteres colados em muros sujos... Ou simplesmente com Nova York... O castelo longínquo da minha existência plebeia.
Tinha uma moça brigando com a responsável pela troca de sapatos no boliche. As duas discutiam. A atendente atrás do balcão tinha uma mecha fina de cabelos presos no canto da boca. Eu ficava olhando pra eles...
Domingo à tarde quente e arrastado, como são todos os domingos à tarde depois que finda a nossa infância, quando ficamos felizes da vida porque chegou o final de semana longe da escola e da obrigação de acordar cedo, estudar e passar. Com céu claro ou com nuvens, com chuva ou com sol... Não importa. Os domingos à tarde para os adultos que não comem churrasco e nem tem carros pra lavar são sempre os mesmos. Arrastados. Viscosos. Feitos para desfrutar dormindo ou vendo bobagens na TV. Ou para sair em programas matinescos com suas amigas, se for adolescente como eu.
Resolvemos subir o teleférico para chegar ao boliche da cidade. Passeio lindo, fresco, cheio de sorrisos e das nossas idiotices juvenis. Naquele domingo... um dia normal em que tinha uma moça brigando com a responsável pela troca dos sapatos. Um dia que não sabia como me avisar que eu precisava aproveitar muito bem a companhia das amigas ao meu lado, já que dois dias depois eu ainda estaria viva, mas elas não.
Eu olhei pro alto bem forte quando estávamos descendo da montanha pelo teleférico. Sentia a minha pele quente pelo entardecer lento. Estavam comigo três meninas agitadas que seguiam no mesmo passo que eu desde que começou a ser possível fazê-los. A Menina 1 tinha cabelo castanho longo, era filha de um político importante na cidade, morava numa casa boa num bairro perto do meu e naquela hora que nos despedimos na Praça, entre suspiros e risinhos, eu ainda não sabia que era a última vez que eu a veria com vida.
A Menina 2 era mais calada, menos bonita e mais atraente. Falava pouco sobre si mesma com os outros, e ninguém sabia que eu era a única que conhecia seus segredos. Era filha de um jornalista viúvo que morava na capital e vivia aqui com os avós. A Menina 3 era a única que morava bem perto de mim, do lado da minha casa. Eu, a Menina 4, que em menos de 48 horas me tornaria então, a Menina única.
Segunda-feira foi um dia comum. Nas férias a gente sempre acaba mesmo achando que não precisa fazer nada. E foi isso que eu fiz, nada. Acordei tarde, pensei em ligar pras minhas amigas mas achei que seria bom passar um tempo com meus cachorrinhos. Dei banho, levei pra tosar e depois brinquei com eles no quarto. Ainda conversei com alguns amigos na internet, mais tarde, e embarquei desacordada pelo sono na última terça-feira inocente de toda a minha vida.
O dia já estava nublado pra mim quando acordei. A Menina 2 tinha combinado uma cachoeira com os primos, mas a previsão era de chuva e ela então não foi. A metereologia, no entanto, não era a vilã do meu dia e eu fui com minha mãe fazer compras na cidade. Por volta das 18 horas, o céu já estava começando a ficar bem escuro e resolvemos voltar pra casa. A Menina 3, que morava ao meu lado, ainda ficou lá em casa até perto das 22 horas. Eu até queria que ela ficasse por lá pra dormirmos tarde depois de ficar vendo bobagens na internet, mas a mãe dela estava zangada com as tarefas que ela negligenciou e não permitiu. Decidida a só deitar quando estivesse dominada pelo sono, permaneci desperta.
É engraçado... Mas a primeira lembrança que eu tenho de uma tempestade é de quando era muito criança e nós morávamos numa espécie de fazenda no interior do estado. Era uma área rural muito extensa, plana, com poucas residências e sem nenhuma montanha ou rio próximos. Ou seja, a chuva, por mais forte que fosse não assustava ninguém. Mas eu morria de medo! Os raios e os trovões ajudavam muito nessa sensação de impotência, mas era aquele maldito coqueiro ao lado da minha janela que me apavorava. Tínhamos um quintal grande, cheio de pés-de-coisas, e na janela ao lado do meu quarto tinha um coqueiro. Como vocês sabem os coqueiros crescem meio tortos, têm todos aquela forma curvilínea parecida com a das bananas e quando eu paro pra pensar nas tempestades a primeira imagem que me vem é aquele vento forte, os espelhos da casa sendo cobertos, os aparelhos eletrônicos sendo desligados, todos sentando-se juntos na grande sala e os relâmpagos permitindo que eu enxergasse a forma torta daquele coqueiro balançando assustadoramente na direção da minha janela. Tinha dias que aquilo me assustava tanto que eu me agarrava na cintura de minha mãe e ficava assim até os ventos cessarem. E na minha irracionalidade infantil, nem percebia que eu era a única grande assustada. Aquele coqueiro, mesmo que caísse, no máximo quebraria os vidros da moldura e possivelmente não conseguiria ferir ninguém... A chuva em minha memória era assim: bucólica, aromática, lúdica e levemente temerária. Falar assim faz parecer que foi há tanto tempo...
Já para a Menina 3, minha vizinha, que morava aqui desde que nasceu, a chuva tinha um grau a mais de ameaça. Nem de longe essa ameaça incluía fios de vida sendo cortados sem controle pelos Laquesis da mitologia, mas todos temiam ter que andar por ruas alagadas ou, na pior das hipóteses, perder bens de consumo numa enchente. Mesmo assim, Menina 3 adorava morar ali. Eu também, na verdade. Era tão fresco... E tinha uma paisagem verde pra todo lado. Não importava pra onde você olhasse, havia uma montanha verdejante sorrindo pra você. Era uma cidade, mas não tinha a banca de uma. Não ameaçava minha origem rural com arranha-céus e colunas de fumaça. Era uma cidade inquilina da natureza. Cheia de vizinhas igualmente encantadoras das quais uma delas, tinha como símbolo a forma de um dedo apontando para o céu. Como se disséssemos assim: Hei, você aí! Obrigado pela divindade natural que nos cerca... Minhas amigas e eu morávamos num lugar assim, assentado em concreto sobre a beleza de uma terra verde. E até as primeiras horas da madrugada de quarta, a vida ainda seria assim durante muito tempo.
Não sei como foi para as minhas três amigas e suas famílias. Mas na minha casa a essência da morte chegou como um gigante que anuncia suas dimensões com passos firmes num solo úmido. Ouvi um grande estrondo que parecia o de um tiro abafado. Depois o som virou uma espécie de sinfonia retorcida como a de um balde escorrendo água na pia. Dez segundos depois, outro estrondo. Uma pausa e mais sensação de escorrimento. Só que mais viscoso. Pensei: é o rio. O rio que ficava a alguns quarteirões da nossa rua. Mas e os estrondos? Tumm!! Mais um. E mais perto. Levantei correndo e minha mãe e meus irmãos já estavam de pé no corredor. A voz do meu pai veio do quarto, corremos até lá e ele observa alguma coisa pela janela. Pela brechinha que sobrava eu olhei pro lado de fora e vi, estupefata, uma corredeira de lama imensa descendo pela montanha numa velocidade impressionante. A cada obstáculo que a massa encontrava no caminho: Tumm!!. E à exceção de alguns pedaços de madeira voando, não dava pra ver mais nada. Só o brilho asqueroso da lama aliviando sua tensão mortal ao vencer mais uma barreira.
Corremos pro lado de fora. A água já nos cercava. Da casa da Menina 3, minha vizinha e amiga, eu não ouvia e nem via nenhuma movimentação. Dizia a minha mãe que tínhamos que ir até lá, porque talvez as pessoas não estivessem acordadas pra perceber o que estava acontecendo. Em pânico, eu começava a perceber que quase todo mundo ainda estava dormindo. Precisávamos acordar aquelas pessoas! Então comecei a gritar e foi aí que o pior pesadelo de qualquer um se tornou realidade: eu seria mais uma. Mais uma naquelas estatísticas assustadoras de pessoas que passam por grandes tragédias. Ano passado, eu e Menina 1 tínhamos conversado sobre o que aconteceu em Angra dos Reis e nos apavorava a idéia de a morte chegar tão sorrateiramente e levar sua vida ignorando que no dia seguinte você precisa fazer aquela viagem que esperou tanto e que custou tão caro. Naquela madrugada, era a própria vida de Menina 1 que estava sendo expurgada enquanto ela dormia. E esse pensamento assustador de pessoas morrendo sufocadas por água e lama me tomou como um calafrio febril e eu comecei a realmente me desesperar. Meu pai enfiou bóias em meu irmão mais novo e aos berros pedia que nos segurássemos uns aos outros e tentássemos atravessar o alagamento até a esquina, onde poderíamos pedir abrigo no prédio de apartamentos que ainda não tinha sido atingido. Nos seguramos forte e começamos a atravessar. Eu ainda insistia que fôssemos à casa da minha amiga, mas meus pais, de maneira sinistra, negavam e se entreolhavam. Tentavam distrair nossa atenção para outras direções para que não víssemos as pessoas sendo arrastadas pela água e pela lama.
Tivemos sorte. Com água pela cintura, atravessamos o alagamento. Mas a correnteza realmente mortal estava do outro lado. Nos fundos de nossa casa, por onde, alguns metros atrás, passava o rio. Entramos no prédio de apartamentos e ficamos todos no teto. Alguns outros vizinhos conseguiram chegar até lá. Alternávamos entre o pânico e o silêncio. Ouvíamos gritos do lado de fora. Estrondos vindos de todo lado. Eu via os olhos apavorados dos que percebiam corpos boiando nas correntezas. E o dia amanheceu assim. Meninas 1, 2 e 3 estavam mortas antes do sol raiar. Duas delas só seriam encontradas dois dias depois. E eu lá, naquele telhado, olhando a água continuar a subir e o pânico de que o prédio caísse tomando conta de todos. Até que um helicóptero chegou no início da tarde e começou a nos resgatar. Do alto, a imagem era ainda pior. Barragens deslizam e continuavam a invadir as ruas sem o menor aviso. Algumas atravessam as casas de maneira impressionante. Havia carros por cima de varandas e paredes boiando como se fossem jangadas. Eu não queria olhar... Tinha medo de que algum daqueles pontos nas águas fossem corpos ou pior, pessoas vivas pedindo socorro. Mas olhava mesmo assim... É que... Meu Deus... Parecia tão absurdo. Há algumas horas atrás estava todo mundo vendo a novela. Jantando, conversando, fazendo planos pro dia seguinte. E a morte entrou pelas paredes arrastando tudo, tornando aquilo absolutamente sem sentido. As pessoas não deviam ter que estar mortas dessa maneira. E então eu chorei nessa hora. E foi um choro brutal. Eu mal podia respirar. Eu não era mais um ser humano comum. Eu teria a amargura de uma tragédia tatuada no meu consciente. Será que podem voltar a ser felizes os que testemunham o genocídio?
- Olha o que você fez conosco! – Dizia agora o dedo apontando para o céu em minha cidade vizinha.
Escrevo agora de um ginásio onde permanecem todos os que sobreviveram. O sentimento é de culpa pela vida preservada em detrimento das que se foram. Não sabemos o que será de nós quando a chuva passar e pudermos sair. No meio dos repórteres que tentam noticiar o evento, me pergunto por que nenhum deles faz reportagens sobre como deter o medo de voltar a fincar raízes no mesmo lugar? Ao olhar em volta, eu vejo tristeza, lágrimas, fome e vergonha. Pode parecer absurdo ter vergonha diante da tragédia, mas não é fácil pedir quando você esteve acostumado a dar. Meu pai está na fila para pegar alimentos. Seu semblante é devastador. Nada me corta mais o coração do que a imagem de um homem esperando comida para dar aos filhos. Nós, que já doamos alimentos e roupas para desabrigados, agora dependemos desse mesmo gesto. Tenho vontade de chorar novamente. É só o que tenho feito. Chorado e tentado afastar minha cabeça das imagens de horror que me assombram mesmo acordada. Alguém me disse aqui que falar sobre a tragédia pode ser bom, mas eu não quero falar com ninguém. Eu queria falar com vocês, minhas Meninas, mas vocês não estão mais aqui. Eu as amo. Tomara que tenha sido enquanto vocês dormiam. Tomara que essas palavras meio tortas escritas nesse caderninho amassado possam ser sentidas nessa esfera etérea onde vocês agora residem. Lembrem-se de olhar em volta Meninas, agora sabemos que onde morar é parte importante de viver. Certifiquem-se que nada pode deslizar das paredes do além para lhes sufocar, exceto o eterno amor de Deus. Enquanto escrevo essa declaração final, sou tomada pela percepção de algo que conforta a minha culpa por ainda estar viva:
O sofrimento existe, para que possa haver solidariedade.
Num Outro Domingo, Ainda Entre as Montanhas, 16 de Janeiro de 2011
Aí está, tirada do You Tube, a primeira parte do episódio de estréia da série Clandestinos.
A razão pela qual eu estou falando da estréia da série é um pouco mais pessoal do que simplesmente avaliar o programa. É claro, que em se tratando de um projeto do João Falcão, todo mundo podia esperar um trabalho muito correto, poético e lírico, e foi isso que vimos na quinta-feira a noite. A série casa muito bem a comédia e o drama e tem atores fortes e competentes, que estão muito à vontade com seus personagens e que tentam trabalhar sobriamente a ambiguidade deles, que têm os mesmos nomes de seus intérpretes e que esbarram nas mesmas histórias.
Além disso, a série, para mim e para muitos atores envolvidos com teatro em Cabo Frio, São Pedro da Aldeia e Rio das Ostras, entre os anos de 2003 e 2005, a série tem um pouquinho mais a dizer.
Nesse trecho acima, conhecemos o diretor Fábio, vivido pelo jovem Fábio Enriquez, que antes de estampar seu rosto na tela da Globo, estava aqui, junto conosco, espalhando teatro pelo eixo cultural da Região dos Lagos, no Estado do Rio de Janeiro. Eu não o conheço tão bem quanto conheciam seus amigos e colegas de São Pedro da Aldeia (onde ele morava) e em Cabo Frio (principal pólo cultural da Região). Nós, que circulamos constantemente por essas cidades, nos esbarramos o tempo todo, contracenamos o tempo todos uns com os outros, e no fim das contas, todo mundo conhece todo mundo. Só vim a ter contato direto com ele quando ele ingressou na mesma escola de Teatro que eu cursava, aqui em Rio das Ostras. Fizemos exercícios juntos, quase fizemos uma peça juntos e no meio disso tudo, esteve a essência maior do que nos permeia e do que ele representa estando em rede nacional: a de vencer na profissão.
É fácil entender o mecanismo.
Para os atores que estão nas cidades interioranas desse país, só existem dois caminhos. O primeiro é o de ficar. E não pensem que se por definição ficar não é seguir, não exista mérito nessa decisão. Se todos fossem, não haveria nenhuma gota de exercício artístico nesses lugares. Não haveria ninguém para prepará-los para ter o direito de escolher entre ir e não ir. E alguns ficam. Terminam seus cursos, escolas, e formam companhias e grupos. Dão aulas e criam projetos. E ficam. O segundo é o de não ficar. Seguir da borda para o núcleo, onde outras centenas te esperam para começar a competição. E no Rio nada é fácil. Tem os que começam pela univerdade e os que dela deslizam para outros movimentos. Entre isso, muitos testes. Mas muitos, muitos testes. E o motivo pelo qual muitos seguem, é que o sucesso garante o pão de cada dia sem que você precise trabalhar como vendedor, garçom, atendente ou motorista. E leia-se sucesso como televisão. Porque embora a maioria dos artistas preze pelo bom discurso esquerdista de renegar a Globo, é lá que todos querem chegar. Porque ganhar bem pra continuar atuando é o sonho de todos nós. E a menos que você tenha a sorte de entrar numa companhia patrocinada, o teatro não vai te sustentar. Há aqueles que entendem que a televisão não é o veneno da sua arte, mas o subsídio pra ela. E os que conseguem chegar até lá são os abençoados da nossa história.
Na quinta-feira a noite só se falava de uma coisa por aqui. A estréia do Fábio na TV. Lá, naquele mundo surreal dos corredores do Projac, sobre o qual falamos tanto. A nossa Hollywood ácida. Um de nós que chegou lá. Enquanto tantas dezenas ainda continuam aqui.
Que a série seja a inspiração pra quem deseja ir. Que ela também seja um orgulho pra quem decidiu ficar. Sorte para o Fábio e para aqueles que como ele querem poder ser pagos pra fantasiar. Temos que nos lembrar que o que aconteceu com ele deixa uma mensagem que não podemos ignorar:
As vezes o sonho de alguém... se realiza.
Funkeira não conseguiu voltar para o Rio de Janeiro por causa das fortes chuvas que caem por lá