Acabei de sair do cinema. Fui assistir ao delicioso novo filme do Kevin Smith, que todo mundo que me conhece sabe, é um dos meus diretores favoritos, desde lá atrás, quando assisti meio sem querer ao incrível O Balconista e depois ao perfeito Procura-se Amy.
É bem verdade que Kevin andava pisando na bola. Depois do instigante Dogma, acabou filmando o desnecessário O império do besteirol contra-ataca e mais tarde, o sem sentido Menina dos Olhos. Recuperou-se com o razoável O Balconista 2 e alcançou novamente o topo da minha lista com esse novo Zack and Miri make a Porno (que eu me recuso a citar usando o título em português).
O filme é daqueles que te fazem durante duas horas, esquecer o mundo lá fora. A essência de Kevin ainda está ali, com a piadas escatológicas, gays, anti-racistas, sexuais e é isso que não deixa que esse seja só mais um filme engraçadinho com uma pitada de comédia romântica.
Os diálogos são novamente rápidos, cheios de referências cult e com um humor irônico e certeiro.
São antológicos os momentos em que Zack e sua turma filmam seu filminho educativo e há quem possa duvidar que Jason Mewes (o eterno Jay) estivesse ali com um personagem totalmente diferente e com direito a nu frontal e tudo. Aliás, nu esse que expurga todo o comportamento pseudo-comportadinho do diretor, que sempre falou de sexo o tempo todo, sem nunca ter que lidar com ele.
É ótima também a participação do Brandon Routh, mostrando que nem só de Superman vive um homem. E a citação a Lost que só prova que Kevin está mais antenado do que nunca no universo pop e nerdiano.
No entanto, o filme nada seria sem o carisma desse tal de Seth Rogen (na foto acima). Tá, todo mundo que eu sou chegado num gordinho peludo. Que os Estados Unidos estão cheios deles desfilando por lá. Que eu amo o jeito nerd de ser. Mas Seth já tinha dado provas de seu carisma no interessante Ligeiramente Grávidos, contracenando também com uma loiraça. E o que exatamente fazia com que torcessemos por ele, era aquela ternura disfarçada que ele sabe imprimir tão bem. Ele faz isso aqui de novo, só que com um adendo de sutil sexualidade. Seth está mais atraente aqui que no filme com a chatinha do Grey's Anatomy. E a cena em que ele transa com Miri (personagem da Elizabeth Banks), é carregada de tanta tensão que chega dá um arrepio.
Sei que ninguém vai concordar comigo, afinal de contas, o tarado chegado a nerds sou eu, mas um simples escrutínio nas reações pós-sessão deixam bem claro que Seth é o dono do filme. Seja por seu carisma, charme, talento, jeitão atrapalhado ou simplesmente porque ele sabe fazer rir. O filme vale por ele.
E não é que depois eu me lembrei porque gostei tanto daquele policial de Superbad:
Seth Again!!