Sabe aquela frase do Cazuza? Aquela que todo cidadão que gosta de se revolucionalizar repete? Ideias que não correspondem aos fatos , e que parecem ter permeado toda a entrevista de Tiago Santiago ontem, no SBT.
Pra quem não sabe, Tiago Santiago é um autor de novelas que ganhou fama depois ter conseguido implantar um modelo quase global de produção dentro da Record. É dele a relativamente bem sucedida Prova de Amor, que reunia um bom elenco e uma história dentro da coerência necessária para a realização de uma boa história. O problema é que também é dele um dos maiores absurdos que a televisão brasileira já teve a infelicidade de realizar: Os Mutantes. E é desse ponto de partida nonsense que começamos a perceber os ideais desse autor com um nobre objetivo, mas com uma profunda ignorância a respeito da indústria que o cerca.
Santiago estava promovendo a estreia de sua nova produção no programa de Gabi. Ela, profundamente receptiva ao lançamento de Amor e Revolução (que já não revoluciona no título), ouvia os argumentos do autor para justificar sua obra com o mesmo interesse de sempre. Ele, claramente animado com essa nova oportunidade, discorria um rosário de iniciativas teóricas para justificar a decisão de levar para as novelas o mundo sangrento da ditadura. Gabi se lembrava de dizer que as novelas nunca tinham se dedicado ao tema e infelizmente a declaração não foi além e chegou até a razão desse ocorrido: a simples e óbvia limitação da linguagem. A menos que você queira parodiar Shakespeare, não pegaria uma atriz de 105 quilos para viver Julieta. É uma questão de entender a hierarquia das grandes histórias. Não filmar Titanic com orçamento de filme pra DVD, por exemplo. Mas Santiago, em seu complexo megalomaníaco, continua a tentar reafirmar seu nome através de linguagens e referências fortes demais para serem revisitadas sem ficar com cara de oportunismo vulgar. Fez isso tentando recontar A Escrava Isaura, tentando reproduzir Manoel Carlos em Prova de Amor e tentando ir na onda da série Heroes ao produzir Os Mutantes. E olha que nem Heroes deu certo. Todas produções visando o estremecimento do império global, mas que sem bom senso, acabaram cheirando a caricatura.
A tal da Amor e Revolução, foi descrita por ele na entrevista como um corajoso produto de pesquisas e paixão. E seus argumentos foram muito coerentes. A tentativa de humanizar os generais da repressão é notável. O tratamento cinematográfico alardeado por ele é o necessário para sofisticar a trama. Segundo ele, a novela busca um equilíbrio de fatores interpretativos e tem produção e reconstrução de época impecáveis. Tomado de orgulho, ele responde a Gabi que sua trama pretende respeitar a cartilha das novelas, mas buscando mostrar algo de novo para a disputa no horário nobre. Tá, ok... Mas depois de ouvir isso tudo, vem o comercial e na chamada, a gente vê isso aqui:
Exagero! Exagero! Exagero! Como sempre, as tramas têm ansiedade em acontecer e sem preparação, não tem clímax que chegue. Então vamos produzir o clímax. E dá-lhe tapa pra lá, e soco pra lá, e arma na cara, e em trinta segundos de chamada já deu pra ver que ninguém ali foi criado para ter profundidade nenhuma. É tudo rasteiro. Chapado. Estereotipado. E não que a Globo não esteja fazendo isso ultimamente. Acho que A Favorita, de João Emanoel Carneiro, foi a única coisa nos últimos anos que nos poupou da mesmice. Mas a Globo tem apuro técnico e isso às vezes disfarça as deficiências de sinopse. No SBT, essa falta de apuro maximiza os defeitos já gritantes de visual e coerência. O resultado é aquele já conhecido aroma de equívoco. Não dá pra acreditar naqueles personagens, naqueles cenários, naquelas caracterizações... E enquanto a Manchete, nos anos 80 e 90, se segurava numa boa história pra derrubar a Globo, o SBT e a Record (em menor escala), ainda insistem em primeiro tentar revolucionar com uma ideologia linda de ouvir, mas que não se imprime na tela. Aí vira tudo um borrão de incompetência.
Uma pena. Eu torço para que outros canais encontrem seu caminho. O mercado de trabalho e o telespectador só têm a ganhar com isso. Mas enquanto não houver bom senso e investimento, nada vai mesmo mudar.
PS: Se puderem, entrem no youtube através do link desse vídeo e dêem uma olhada nos comentários. Gente doida que acha a Patricia de Sabrit maravilhosa e que espera a estréia da novela ansiosamente.
Gente, depois de Viver a Vida se confirmar como mais uma obra triste e constrangedora de Manoel Carlos, perdido entre tantos personagens e histórias que não saem do lugar, insistindo naquela síndrome de Nelson Rodrigues que inclui meninas falastronas sendo espancadas sem roupa (vide Íris e Dóris), maridos com tesão nas cunhadas e primas das esposas e infinitos envolvimentos de moças jovens com homens velhos. Agora ainda temos que aturar os Sonhos de Luciana na internet?
O melhor são os comentários. Quem é essa gente, Meu Deus?:
Conhecem a Mulher Banana? Pois ela é a resposta travestida aos ícones bundísticos da Mulher Melancia e derivados.
Notem a preciosidade da letra. Notem o mix que fizeram com aquela música ótima da banana que toca no filme Os Fantasmas se Divertem. Notem como é linda a metáfora animal que Banana usa para se referir ao próprio rabo.
Pôpô de pombo, ever!!
Li no Ego que Madonna teria aceito um convite de Bruno Gagliasso para jantar na casa dele. O motivo seria a inauguração do apartamento novo do moço e Madonna teria feito a única exigência de que a festa fosse para poucos convidados.
Gente, que história é essa? É assim? Fácil assim? Eu vou convidar Madonna pra comer uma buxada de bode na minha casa, então.
Isso está me cheirando a "Síndrome de Ísis de Oliveira"
- Clonney Loves Me!! I Know!! I Know!!!
Olha isso:
O pessoal tá rifando a perseguida das moças! Você compra um ticket e se ganhar o sorteio pode escolher uma atriz pornô da lista disponível pra comer.
Já pensou?
Se a moda pegar, eu até que compro uma rifa do...
Jack Radcliffe... (Deus, que homen!) ator pornô de respeito. Mas comprava todas as rifas do mundo mesmo é pelo...
Russel Crowe.
Vi "Os Indomáveis" esses dias e constatei o óbvio: ele me deixa fora de mim!!!!!
Mais uma da coluna da Patrícia Kogut:
Daniel de Oliveira atrapalha uma galera que queria assistir ao show da Joss Stone. O ator tentava concorrer com a cantora tocando...gaita.
Agora me fala, não é de matar? Eu se tivesse lá cuspia nele. Que tipo de sujeito vai ao show de uma cantora como Joss e leva a gaita pra tirar um som no meio da galera que tá mesmo é cagando pra ele? Ele queria se mostrar pra quêm? Pros amigos que estavam com ele, pra namorada tosca ou pra imprensa baba-ovo?
Aff...
10 fevereiro, 2010 as 3:59 pm
Oi Lu, Coragem minha amiga!!!! Forca e dedicacao, essas palavras representam vc. Adorei sei Blog!!! A Mia teve uma excelente ideia, nao e? Beijos.
10 fevereiro, 2010 as 3:59 pm
Isso mesmo querida, coragem!
Te adoooro
10 fevereiro, 2010 as 4:00 pm
Voce é uma vencedora!!!Parabens!!!
10 fevereiro, 2010 as 4:00 pm
Quero parabeniza-la por toda essa garra e determinação, isso pra mim que é VIVER A VIDA, continue assim sempre, vc é uma guerreira….e tenho certeza que muitas pessoas tirarão sua estória como exemplo de determinação…Beijão pra ti…..