Sarah Sheeva estava agora há pouco na Gabi dando uma entrevista. E é aquela coisa, não tem criatura mais Fake. Qualquer fala, qualquer gesto, foi milimetricamente pensado para fazer parte da oratória eloquente típica dos que lidam com as emoções do grande público. Em toda a entrevista, só vi uma Gabi exausta, farta de tantas respostas prontas, até desistir de arrancar qualquer declaração realmente pessoal da criatura. Sarah não se saiu bem nas perguntas sobre dinheiro e continuou com o péssimo hábito de não ouvir e não interagir, só falar.
Curioso sobre os tempos de SNZ e da época em que ela cantava a música "secular", fui ver no You Tube e olha quem era a figurinista das bocudas:
É, tava demorando.
Começaram a pipocar essa semana pela net as notícias sobre a postura de censura da Rede Globo em torno dos gays da novela Insensato Coração. A pá de cal definitiva veio pela revista Veja, que informou que Gilberto Braga foi sim, convocado pela direção da emissora e intimado a limar várias das cenas previstas para o casal Hugo e Eduardo. A nota da revista foi mais além, e julgou adequada a postura da emissora, afirmando que o "didatismo catetequésico" das cenas em torno da homofobia teria feito desandar a receita de ativismo promovida por Gilberto. Enquando a Globo afirma que não fará "merchandising de orientação sexual" eu fico me perguntando porque esse didatismo não é questionado quando se trata de outro tipo de "campanha".
Será que ninguém pára mesmo pra pensar no quanto é positivo que essas discussões estejam acontecendo dentro da novela? Que falar, didaticamente ou não, da violência aos gays, do processo de aceitação, de tudo que diz respeito ao convívio social dos gays, é muito importante? É necessário e cabe a todo veículo de comunicação que se julgue respeitado?
Mais uma vez, as tentativas de incorporar os dramas homossexuais à teledramaturgia brasileira vão ser diminuídos a condição de "merchandising". Ninguém percebe que essa má vontade diante dos assuntos que nos dizem respeito é só mais um incômodo provocado pela incapacidade de enxergar esses assuntos como naturais e inerentes à vida de qualquer homossexual desse mundo. Ganham a batalha, mais uma vez, os pitboys que renegam o que haviam visto na TV até agora, os xiitas religiosos que viam nessa investida de Gilberto Braga o final dos tempos, os homofóbicos que torciam pela eliminação de todo o núcleo gay da história... Ganham eles, de novo.
Já se começa a falar sobre a possível morte do casal no final da novela, como uma forma de protesto. Nas próximas semanas, o insuportável Vinícius vai matar o jovem Gilvan, protegido de Sueli, e representar a voz agora audível de todos que pensam como ele. Já que cenas de violência contra os gays, cenas de morte, essas são permitidas. As de amor, não.