Depois de New Kids On The Block, Spice Girls e Take That, o Boyzone está de volta!
Eu devo confessar uma coisa: gosto de boys band irlandesas. Tenho todos os discos do Westlife, alguns do Take That e do Boyzone e até um solo muito bom do Ronan Keating, que é vocalista desse último citado.
Menosprezados mundialmente como artistas inferiores, esse tipo de formação tem uma fórmula básica. Assim como seus representantes americanos (N´Sync, Five, Backstreet Boys), eles tem canções determinadas pelos seus produtores e também são arranjados por eles. Suas belas vozes funcionam apenas como o último e não por isso, menos necessário, igrediente desse jeito comercial de fazer música... Até que em algum momento da carreira, a vontade de andar por conta própria provoca mudanças de padrão e é geralmente por isso que os grupos terminam.
Embora sejam responsáveis por maior parte de sua obra, Madonna, Britney Spears, Christina Aguilera, entre outros fenômenos pop, também já funcionaram assim. Sobretudo, começaram assim.
E é engraçado ver como alguns comentaristas desse mundo, como o Phelipe Cruz do Papel Pop (de onde tirei essa foto e também a inspiração pra esse post), tem um julgamento desproporcional ao que julgam ser "música de qualidade". Enquanto geralmente abraçam essa atitude musical "pseudo-hiphop-bitch-psicodélica-tecnológica-contemporânea-forçada-sexista" de fazer música, colocam em detrimento um outro gênero que foi fabricado num setor diferente da mesma indústria fonográfica de onde surgiram esses mesmos ícones que são tão compreendidos por eles.
A métrica músical das boy bands irlandesas e americanas é a mesma que circula entre todo o gênero pop até hoje: estrofe, refrão, estrofe, refrão, interlúdio e refrão de novo. Madonna faz música assim até hoje. O charme e a qualidade ficam por conta do que você vai fazer pra tornar essa rotina mais satisfatória. E Madonna aprendeu como. Bem feito ou não, o pop já é um caça-níquel por natureza.
Sempre adorei as baladas dessas boy bands porque, ao contrário do frenesi dancer das boy bands americanas (que eu também gosto), elas privilegiavam as melodias e cafonices românticas que sempre fazem muito bem aos ouvidos num dia de bons estados de espírito.
Com ótimos vocais, o Boyzone criou arranjos até muito bacanas. Há coisas lindas como a versão deles pra "Father and Son", e até ousadas, como a canção "When the going gets tough", que tem um arranjo de trompetes divino!
Claro que essa métrica às vezes cansa e ouvir um álbum todo assim impede claramente que você tenha só boas canções. Mas isso acontece com todo artista pop. TODO.
Eu não sei como será esse retorno. O Take That voltou com um álbum bem regular. Ganharam prêmios e tudo, mas o disco não tem muitos bons momentos. Em parte porque não é o Gary Barlow que canta todas as canções.
Vamos ver como retorna o Boyzone. Eu, pelo menos, vou me dar ao trabalho de ouvir. Não acredito que muitos se permitirão a mesma coisa.
PS: A foto de divulgação desse retorno é realmente muito constrangedora. Como é que podem não ter percebido isso?