Em janeiro de 1999 eu entrei num cinema do shopping de Nova Iguaçu para assistir - sem nenhuma informação prévia - o filme sobre o naufrágio do Titanic. Três horas mais tarde, eu saía como se tivesse vivido uma experiência religiosa.
Durante meses eu só pensava nesse filme. Ele virou uma obsessão absoluta e uma referência para o quanto grandiosa uma experiência cinematográfica pode ser.
Esquecendo a crítica conservadora - que rejeita com desequilíbrio o cinema de "efeitos especiais" - tudo a respeito do longa é fantástico. Desde seu roteiro esperto e mercadológico (o que é uma qualidade, comecemos a aceitar isso) até a maneira sensível com a qual a fantasia serviu à realidade. Impossível não ficar maravilhado com uma reprodução tão fiel de um evento catastrófico real.
Eis que agora, em 2012, na véspera do aniversário da tragédia, volto para reviver a experiência. O 3D é o de menos, acreditem. Esse filme é tão poderoso que nada parece deficitário nele. O 3D nem somar, soma, porque Titanic funciona sozinho. Na TV, no VHS, no DVD, sobretudo na telona. Foi uma honra ter novamente essa chance.
Abaixo, um vídeo hilário brincando com a reestreia, juntando elementos de George Lucas, Michael Bay e J.J. Abrams ao filme.
Agora sim, um Super-Homem.
Que Clark Kent é esse, meu Deus? Essa nova tentativa de fazer com que uma série de filmes com o homem de aço dê certo já me ganhou pelo protagonista. P-E-R-F-E-I-T-O.
Kyle Chandler
Nos anos 90, o atrapalhado Gary Hobson viu sua vida mudar depois que começou a receber o jornal do dia seguinte e com isso, passado a salvar vidas. Early Edition, a série em questão, ficava lá, escondidinha na programação da Sony, e não era muito notada. No entanto, a cada temporada crescia o mistério sobre porque Gary começou a receber o periódico ansioso. Ao chegar ao fim, na quarta temporada, brindou os fãs com uma explicação lostiniana: não diremos claramente de onde vem esse jornal, mas diremos por que você o recebe. E desde esse fim, o charmosíssimo Kyle Chandler, com seus irritantes olhos pidões, vinha vagando de um filme pra outro. Podemos vê-lo inclusive no King Kong de Peter Jackson vivendo um ator canastrão que caiu muito bem com sua aparência vintage. Há cinco anos atrás, acabou entrando pra uma outra série pouco comentada, mas igualmente competente: Friday Night Lights, onde viveu o treinador Eric e incomodou muita gente com seu sotaque texano irresistível.
Dean Cain
Vocês devem estar se perguntando, porque esse cara todo musculosão está no meio dessa homenagem à diversidade? Senhores, diversidade diz respeito a sortimento. Então vamos sortir a nossa lista com um exemplar tipicamente industrializado. Dean Cain viveu por quatro anos o Clark Kent da série Lois & Clark, e enfatizo que ele viveu Clark Kent porque no início dos anos 90 dar prioridade à porção humana do herói era a única opção da criadora Deborah Joy Levine para levar o Superman para a TV. Sem muito orçamento, a executiva deu a volta na crise e focou sua série na dinâmica jornalística de Lois e Clark. Em alguns episódios, Superman chegava a aparecer por míseros dez segundos. O resultado foi a aprovação dos fãs e da crítica, que entenderam a força de Kent como personagem e levaram o programa a quatro bem sucedidas temporadas. Pois bem, Dean Cain foi escolhido para essa lista em detrimento de Tom Welling (o atual Superman da série Smallville) porque de todos os atores que viveram o herói, talvez ele tenha sido o que imprimiu mais normalidade a ele. Inegavelmente belo, claro, Dean acabou sofrendo da síndrome do super-homem e desapareceu de vista. Hoje pode ser visto numa lamentável produção meio americana/meio brasileira, dirigida por Márcio Garcia (!) e protagonizada por Juliana Paes.
Chris Noth
Quem nunca ouviu falar do Mr. Big? Não, não é aquela banda antiga que cantava uh baby, baby it’s a wild world. O Big a que me refiro é a “representação Carriniana da beleza e charme masculino em sua forma mais suprema e imbatível”. E coube ao coroa Chris Noth dar vida a esse desafio utópico proposto pela escritora Candance Bushnell em Sex and the City. Logo no início da série, Carrie Bradshaw conhece por acaso um executivo charmoso que será seu calcanhar de aquiles pelos seis anos seguintes. Sem saber muito sobre o tal sujeito, Carrie leva em consideração seu charme, seu dinheiro, sua limusine, seus ternos alinhados e aquela beleza quase pervertida de seus olhos, e decide chama-lo de Big. E por seis anos, os fãs da série jamais souberam o nome verdadeiro do homem. E seu interprete, Chris Noth, acabou ganhando o mesmo status, ao emprestar seu incômodo porte de sedutor ao personagem. Qual mulher ou homem desse mundo que assistia a série, não se perguntou se Big era uma alcunha que realmente representava toda a.... digamos... estrutura corporal do homem?
Mike O’Malley
Já falei aqui outras vezes do papai Burt da série Glee. O veterano Mike O’Malley aportou na produção inesperadamente bem sucedida de Ryan Murphy para viver o pai de Kurt, o gay assumido da série. Sua primeira aparição foi no episódio 4 da primeira temporada. Ele pega o filho dançando Single Ladies e o questiona com seu jeito machão. Mesmo nessa apresentação clichezada do pai macho com o filho afetado, eu já me incomodei com aqueles lábios fartos, aquele queixinho gorduchinho e aqueles olhos verdes. Mike faz o tipo “americano regular”, que é muito branco, fica careca cedo, engorda e acaba esquecendo das potencialidades dessa condição. Mas ao final do episódio, quando descobrimos que Ryan Murphy vai abordar a relação de amor entre o pai machão e o filho afetado, é que nos rendemos totalmente ao charme desse ator. Já premiado, Mike respondeu tão bem a esses estímulos criativos que sua dinâmica com Kurt já é um dos pontos altos da série. Aqui, como com alguns dos personagens abordados nessas listas, a fórmula do bruto que ama também funciona muito bem. O nível de fofura pessoal a que chegou o machão Burt Hummel é inacreditável. Faz todos os rapazes gays da terra que foram rejeitados por seus pais pensarem: Ah... Queria tanto que meu pai fosse assim.
John Michael Higgins
O irreverente John Michael Higgins entrou nessa lista de supetão, enquanto eu começava a assistir a penosa quinta temporada de Ally Mcbeal, onde ele interpretou o charmoso e hilário terapeuta da moça. Com aquela mania de pegar na mãozinha dela para dizer verdades, conseguiu pelo menos embelezar a tela em detrimento de um texto sofrível que o criador da série, David E. Kelley, teve a infelicidade de preparar pra essa temporada final. O incômodo Higgins tem olhinhos azuis de matar e pode ser visto também em diversas comédias.
Nicolas Bishop
Sobre esse eu não posso falar muito. Foi minha amiga Monique Bomfim quem o sugeriu pra lista e eu, diante dessa beleza cretina do moço, acatei a sugestão no ato. Loiros de olhos azuis que ainda por cima usam barba ou têm pêlos no peito me tiram totalmente do sério. Sobre ele, sei apenas que passou por séries como White Collar, da Fox e que atualmente brilha na comentada Body Of Proof.
James Eckhouse
Também conhecido como Papai Walsh, o britânico James Eckhouse fez uma porção de papéis no cinema e apareceu em uma porção de séries, no entanto, foi como Jim Walsh, no clássico Barrados no Baile, que ele alcançou fama e prestígio. O filho da mãe tem aquele tipo que me gera uma certa insanidade: branco, rosto forte, queixo gordinho e apesar de ser quase totalmente careca, tem os braços e o peito todo peludo. Confesso, ele já esteve muitas vezes na sessão "Eu me Bronho" das minhas fantasias.
Chris Bauer
Ainda na categoria "Os carecas me fazem perder os cabelos", incluo nessa lista o grandalhão Chris Bauer, que além dessa cara larga, desse cenho franzido, dessa barba sempre por fazer e desses lábios de desenho perfeito, ele ainda tem uma voz de macho alfa que arrepia a nuca. Pudemos ver esse cretino durante anos fazendo o marido problemático de Faith em Third Watch e em vários personagens periféricos no cinema, mas foi quando ganhou um papel em True Blood que despontou para o reconhecimento crítico.
Clark Greeg
O marido de Christine Campbell é baixinho, careca e meio bobão, mas com esses olhinhos azuis e um corpo que surpreende quando há apreciação, o lindinho cretininho não tinha como escapar desse top. Clark já apareceu em um monte de outras séries e tem personagens relugares no cinema (pode ser visto nos filmes do Homem de Ferro, por exemplo). Seu talento pra comédia sempre foi conhecido, mas seu charme era novidade. Foi com a trajetória em The New Adventures of old Christine que o moço despontou para o hall dos atraentes.
Jonathan Schneider
Também conhecido como Papai Kentão, o intérprete do patriarca Kent em Smallville chega a ser uma ofensa de tão insuportavelmente charmoso. Na juventude, o moço estrelou a série Os Gatões exatamente por conta de sua beleza e nos anos 2000, teve sua carreira ressuscitada pela Warner, que o convidou para viver o pai do Superman numa produção que acabou sendo uma das mais rentáveis da história do canal. Com a morte do personagem no centésimo episódio da série, Jonathan acabou indo parar numa participação especial em Nip/Tuck, num personagem controverso que lhe rendou boas críticas. Atualmente, o ator desfruta de suas últimas aparições como fantasma em Smallville e aproveita para nos presentar também com essa beleza realmente... incômoda.
Em tempos de superproduções digitalizadas, Ridley Scott até que merece respeito ao decidir que vai contar a história de Robin Hood sem muitas firulas tecnológicas. A história do ladrão dos ricos vai ganhar aqui a sua gênese. O problema é que o diretor se esqueceu que quem vai ao cinema assistir um épico, que ver uma história épica. Com direito a todo tipo de efeito à serviço da fantasia que puder. Pois bem, se não fosse nosso querido Russel Crowe desfilando seu charme e beleza pelo longa, ele perderia pelo menos 70% de seu apelo. E já que esse é a principal qualidade, vamos dar uma olhada nos defeitos:
Já começa que o roteiro é meio preguiçoso. Se não bastasse o rosário de coincidências (como assim Robin vai parar justamente na casa do único que sabe de sua origem? E Marion sabia lutar porquê mesmo?), a classificação livre destrói a credibilidade das batalhas. Não vemos sangue, nem suor nem vísceras. Só a cara do Russel contraída e muitos sons de espadas cortando. Em certo momentos, parece uma versão melhorada de uma série japonesa.
Como é possível que uma história que poderia ser tão ramificada, tenha se esquecido de perder algum tempo mostrando como Robin de repente tornou-se tão indispensável para as batalhas e os discursos. De onde veio tanta eloquência e sabedoria? E se não fosse seu quase romance com Marion, poderíamos mesmo acreditar nas suposições muito embasadas de estudiosos como Stephen Knight que afirmou várias vezes que Robin não só era gay como era amante de João Pequeno e que Marion nunca existiu de fato, sendo apenas uma criação conveniente para a realeza britânica.
A história ganha contornos quase infantis, com reis malvados e pobres oprimidos sem nenhuma nuance. O maniqueísmo acaba poluindo o filme novamente de julgamentos enfadonhos. Mais importante do que estabelecer o contexto histórico desse ponto de vista era estabelecer os sentimentos de Robin quanto à ele e pra mim, pelo menos, isso não ficou nada claro. Até porque, a indignação dele não sofreu grandes alterações diante das dos outros personagens, a não ser quando a vida de sua "amada" estava em risco. Então é isso? Robin era só mais um vingador sentimental a'lá Steven Seagal? Sim, porque uma das maiores qualidades desse herói lendário era que sua síntese não era uma história de amor e sim uma história de compaixão. Robin era um agente social. Um homem do mundo para o mundo e todas as suas ações convergiam para isso.
Confesso que meu sonho seria ver Russel trocando beijinhos com seu parceiro de cena, mas enfim... é Hollywood. Quem quiser conferir a matéria sobre o estudo desse professor, só clicar aqui .
E pra quem ainda acha que Russel Crowe não é bonito...
Shut up, freaks!!
Acabei de terminar a primeira temporada de "Sopranos". Eu havia visto a mesma anos atrás no SBT e depois comecei a comprar a partir da segunda. Assim que cheguei ao final, retornei à primeira.
Aí temos James Gandolfini, o eterno Tony Soprano, com a aparência que ele tem agora. Continua belo, tanto que casou-se há pouco tempo. Mas eu já tinha me esquecido como ele era no início do seriado.
Estava até magro.
A primeira temporada é incrível! Já tinha me esquecido como a mãe do Tony é insuportável e de como as canções do CD da trilha tocam em momentos maravilhosos. Revendo os episódios eu fiquei ainda mais chateado com o fim dado à relação de Tony e a Dra. Melfi.
David Chase é o cara! Tá aí uma série que merece ser vista e revista constantemente.
Deparei-me hoje com essa foto, no Ego, do Antônio Calloni depois de emagrecer 20 quilos com uma dieta louca de não comer nada.
Não sei... mas tenho a impressão que determinadas pessoas estão no mundo pra serem meio gordinhas mesmo. O charme delas, o forte delas, está nisso. Elas são assim pra que pessoas que curtem uma carninha a mais tenham quem admirar. E há uma imensidade de charme, beleza e sensualidade em formas consistentes. Odeio quando a maioria das pessoas se comportam como se uma curvinha a mais no corpo fosse símbolo de relaxamento ou decadência.
E se todo mundo fosse igual o mundo ia ser um tédio só. Se a atitude do Calloni virar moda, imagina como vai ser chato ver todo mundo com o corpo igual por aí?
Pedindo licença ao gostoso do meu namorado, vê essa foto e diz se ele não fica muito melhor assim:
E nem estava assim tão gordo.
Precisamos formar uma frente de apoio ao "corpo ilapidado". Nada contra quem curte músculos e definições, mas vamos ser justos. O mundo é plurilateral.
Finalmente cheguei ao fim... E estou até agora completamente estupefato.
Depois de assistir uma, duas, três vezes ao final da série "The Sopranos", eu resolvi arriscar a falar alguma coisa sobre ele.
Vejo séries sempre de maneira tardia (não tenho tv fechada), mas sou um orgulhoso fã antigo dos mafiosos. Esperei anos por esse desfecho e foi com lágrimas nos olhos (e digo sem nenhuma vergonha) que me vi dominado por raiva, decepção e fascinação diante daquele final.
Uma visita a fóruns de discussão ajuda a saber se você viu as coisas do mesmo jeito que outras pessoas, porque definitivamente, descobrir as intenções de David Chase por trás daquela última cena é o único conforto pra quem se recusa a acreditar numa resolução preguiçosa. E na primeira vez que assisti, eu sabia que havia alguma coisa. Tinha que ter alguma coisa. Era o Journey tocando ao fundo, a Meadow que não conseguia estacionar o carro, os suspeitos na lanchonete (e um deles ter o sobrenome Leotardo nos créditos), a conversa entre Tony e Bobby sobre os últimos segundos antes da pessoa morrer. Tudo ali... passeando. Absolutamente implícito. Mas ali.
Foi só assistir novamente ao episódio e tudo foi começando a se encaixar. No início da temporada, Tony e Bobby conversam sobre como são os últimos momentos de uma pessoa na hora que morre, e Bobby diz: "você provavelmente nem sequer ouve quando isso acontece". A cena é no início da temporada, mas de uma forma muito discreta, ela reaparece numa lembrança de Tony nesse episódio final.
Agora vamos à cena:
Tony chega a uma lanchonete, senta-se pra esperar a família e coloca a canção do Journey pra tocar. A canção diz: "não pare de acreditar". Ou seja, independente do que não parece estar acontecendo, em se tratando da família Soprano, sempre está acontecendo alguma coisa. Aquela aparente tranquilidade é um engano.
Carmela entra. Seguida por A.J.. Junto do menino, entra também um homem suspeito. Os três, sentados, trocam algumas palavras absortas.
Meadow chega ao restaurante nervosa (há aí uma infinidade de interpretações, desde uma simples atraso até uma gravidez). Ela tenta estacionar uma, duas, três vezes e nada.
Várias pessoas vão entrando e a cada uma, o sino na porta toca, chamando a atenção de Tony.
O tal homem vai ao banheiro, que fica logo ao lado da mesa dos Sopranos e de frente pra onde Tony está sentado.
Meadow finalmente consegue estacionar e sai do carro correndo. A cena corta pra Tony ouvindo o sino novamente e olhando pra porta, e aí...silêncio. Passam-se quinze segundos. A frase de Bobby Bacala ganha sentido prático: "você provavelmente nem sequer ouve quando isso acontece".
Meadow é eleita nos fóruns de discussão como a única sobrevivente. Chase teria dado pistas disso não só quando torna a moça mais ajuizada, como quando faz com que ela se atrase. Eu, quando assisti a primeira vez sabia que havia alguma coisa por trás daquele atraso. No entanto, não saberemos se A.J. e Carmela morreram ou saíram ilesos do atentado.... mas que ouve um atentado, eu não tenho dúvidas.
Acreditar nessas teorias foi um conforto pra mim. A série é uma das minhas maiores paixões e sua última temporada teve momentos absolutamente perfeitos!! Ainda devo voltar a falar da série, mas depois de redescobrir esse fim, eu precisava desabafar: foi um ótimo final. Ótimo e inesquecível!!
PS: A foto foi tirada do blog museu de cinema, que também foi o primeiro a me despertar para essas teorias.