Eu ando numa coisa cada vez maior com Nova York.
Hoje sonhei de novo que eu estava caminhando pelas ruas de lá. Assim mesmo. Como na foto. Eu via as pessoas passando, os táxis amarelos, as luzes da Times Square... Não era a Nova Iorque romântica de "Sex and the City", era uma Nova York acizentada mesmo, mas nem por isso, menos atraente.
Ultimamente tenho pensando muito sobre essa atração por essa cidade. Eu não pensava muito em viajar quando mais novo. Essa necessidade de ver o mundo de perto começou agora e Nova York é sempre o primeiro destino que passa pela minha cabeça. Tenho considerado realmente as possibilidades concretas de que o cinema e a TV tenham plantado esse desejo em mim. É certo que mais da metade dessa vontade vem daí, mas sobretudo sei que alguma parte disso vem de algum inconsciente que eu ainda não desvendei, mas que sei que está aqui.
Nunca saí do Brasil. Só recentemente foi que fiz a minha primeira viagem pra fora do Rio de Janeiro de avião. Fui para Porto Alegre. E o tempo todo brinquei de estar em Nova Iorque. Passeando pelo Parque Redenção como se estivesse no Central Park. Não tenho vislumbres financeiros de que um dia farei essa viagem. Ganho pouco e com o pouco que ganho não dá pra me qualificar melhor, e sem qualificação fica difícil ganhar melhor. E sem grana, nada de viagem. Isso é certo. Talvez eu conseguisse juntar algum dinheiro se parasse de comprar as séries americanas que enchem a minha estante, mas o fato é que elas são o único alento para o meu orçamento sempre tão comprometido. E juntar dinheiro pra mim é missão difícil de executar. E sendo bem realista, uma viagem desses ia custar muito mais do que alguns meses sem aproveitar as promoções de 49,90 do Submarino. Que por sinal, eu não consigo aproveitar todos os meses.
O mais estranho desse sonho que tive hoje, era a incrível sensação de estar em casa. Eu lembro que no sonho, era como se eu tivesse sido levado até lá pra saber o que realmente eu sentia estando lá. E eu caminhava e pensava: "Meu Deus... eu pertenço a esse lugar... eu sou desse lugar... eu preciso estar aqui".
Acordei mal. Com um nó na garganta. Com uma emoção bizarra presa dentro de mim. Com uma sensação louca de que talvez a atração por Nova York seja mais do que excesso de "Will & Grace". Que aquela angústia durante o 11 de Setembro era mais apego do que simples curiosidade ou horror. Que aquele olhar fascinado e desejoso no Henrique do meu sonho, era mais do que um reprojeção deslocada de um mídia incisiva.
Eu gostaria mesmo de um dia ir... Gostaria mesmo. Nova York me toca e emociona mais do que eu podia imaginar. E eu gostaria de poder dizer isso a ela.