Acabo de terminar os dois episódios seguidos de GLEE, ainda profundamente comovido com as vitórias do New Directions e com a possibilidade de mais despedidas emocionais na semana que vem.
Eu estou tão tomado de gratidão pelo que GLEE me proporciona todas as semanas, que gritar isso pro mundo é o único jeito de me fazer esquecer. E é assim mesmo que acontece com tudo aquilo pelo qual nos apaixonamos: ficamos chatos, pedantes, viramos malas perante aqueles que não nos entendem.
E GLEE é isso mesmo, paixão. E na melhor interpretação da palavra, já que provoca reações de profunda devoção, e ao mesmo tempo (por conta de seus problemas "murphyticos") de profundo incômodo.
E a gente entende... A gente entende todo mundo que não gosta. Existem muitas razões pra não amar GLEE, sobretudo quando ela não esbarra no que fragiliza o seu coração, no que te remete e te referencia. GLEE não é uma série para os 100% cínicos (porque existem os 95% cínicos que amam, mas não assumem) e acho isso uma tristeza, porque poucas vezes vi no ar uma série tão cínica. Acho terrível que os inteligentes não gostem de GLEE, porque poucas vezes estive diante de tiradas tão espertas. Acho uma pena que os detratores se deixem enganar pelo universo HIGH SCHOOL, ou pelo nonsense da dramaturgia musical... Pouco se vê de tão transgressor na televisão mundial.
A cada episódio, é como se um oceano de lembranças, cheiros e sensações pregressas me tomassem. Tudo imbuído de sagacidade e muita cara de pau. É como se cada personagem meio ferrado que a série tem, falasse pra um parte meio ferrada de mim... É como se o imenso amante das artes dramáticas que eu sou, estivesse diante de tudo aquilo que quis ver, viver e encenar.
E que me desculpem os que anseiam pelo sentido... Quais paixões fazem realmente sentido? Como explicamos que tenhamos tanta ansiedade pela afirmação de nossa intelectualidade, e choremos ao mesmo tempo com o filme pipoca da Sessão da Tarde? A inteligência da paixão está em deixar-se levar por ela.
Por isso, sem vergonha de parecer o maior e mais pernóstico dos NERDS, eu estou aqui pra falar: Um imenso "Eu Amo GLEE" estampado no peito. Porque ela me faz chorar de alegria por cada e único momento de completa identificação.
Semana que vem é o fim dessa era da série, e talvez nunca mais seja assim. Por isso, muito obrigado Ryan Murphy por esses três anos de paixão. Foi um desbunde. Um despertar.