Como todo blog que se preze tem que ter a sua cota de listinhas, o As Dobras não poderia ficar deixar de continuar presenteando seus 5 leitores fiéis com mais uma delas. E hoje eu resolvi pensar nas 30 baladas mais fodas e menos enjoativas do mundo. A missão é árdua e inclui tanto bandas clássicas quanto alternativas. O foco está entre os anos 90 e 2000. Aqui teremos a primeira parte dessa coletânea e aproveitamos para lançar um desafio: Quais são realmentes as 30 canções mais incríveis dos anos 80 pra cá?
"One" - U2
Começando por uma das mais clássicas de todos os tempos.
Lançada no álbum Achtung Baby em 1992, já foi regravada por muitos artistas e é um verdadeiro diamante da banda. Você tem a sensação que vai se cansar dela logo, mas a cretina é como aquele filme bobo mas grudento da "Sessão da Tarde", que se você passa na frente da TV e ele está sendo exibido, acaba sentando e vendo até o final.
"Nothing Else Matters" - Metallica
Lançada no lendário Black Álbum em 1991, essa balada do Metallica já poderia estar saturada dentro do nosso cotidiano musical, se não fosse o fato de que ela é perfeita.
Quando Load e Reload foram lançados, alguns anos depois, e a banda foi acusada de ter se descaracterizado, o vocalista James Hetfield disse que estava gostando daquela fase onde podia cantar ao invés de soltar gritos gulturais.
Eu concordo. O lado mais suave da banda sempre me agradou muito mais por conta de arranjos mais elaborados e da voz grave e irresistível de James. Essa não é a minha canção preferida, mas é sem dúvida, uma das mais relevantes.
"Somewhere Only We Know" - Keane
Por 3 minutos e meio, o Keane nos lança para um mundo de sonhos onde as melhores canções do mundo seguem numa crescente, não tem refrões repetitivos e nem guitarras estridentes.
A banda surgiu em 2004, ficou famosa por ter uma formação de apenas vocal, bateria e piano, e nesse single demonstrou que existe mágica no universo.
"The Dolphin's Cry" - Live
As loucuras misticistas do vocalista do Live já tinham aparecido no terceiro álbum da banda, mas foi só em The Distance to Here que essas influências alcançaram a plenitude. O álbum é perfeito do início ao fim, e essa balada que aparece aqui é a prova de que um refrão bem planejado pode ser repetido muitas vezes e ainda assim ser ótimo.
Destaque para a voz de Ed, um primor.
"Patience" - Guns and Roses
Lançada num EP em 1988, a melosa canção do Guns and Roses nos perseguiu em tudo que era festa de 15 anos desde então. O motivo dela aparecer por aqui é muito simples: o arranjo é muito bom, os assobios de Axl são irresistíveis e ela é cantada e não gritada.
Sobrevivendo de uma série de hits que atravessam gerações, a banda é superestimada pela juventude brasileira, que ainda a defende com as unhas e dentes comuns à necessidade de afirmação da idade.
"The Scientist" - Coldplay
O Coldplay tem uma coisa que eu adoro: a melancolia. Mas tem outra que eu detesto: as canções imensas e sem camadas. Talvez por isso eu goste muito dessa The Scientist, que é menor, não tem um refrão repetitivo e mantém o traço melancólico como base principal.
"Cryin" - Aerosmith
Escolher uma canção do Aerosmith não foi muito fácil, já que ela não é uma das minhas bandas preferidas. No entanto, há uma série de singles muito relevantes que forçavam uma menção. Entre Crazy e Cryin, acabei ficando com Cryin que tem uma introdução potente e fica menos tempo naquela gritaria toda do Tyler.
"Wind of Change" - Scorpions
Outra que ganha pelos assobios. Pequena obra-prima do Scorpions. Daquelas que você ouve e leva pra toda vida.
"Under The Bridge" - Red Hot Chilli Peppers
Quando você pára pra pensar em Under The Bridge, não consegue acreditar como pode uma canção reunir tantos elementos irresistíveis. Poderia ser considerada o grande single da carreira do Red Hot, embora lançada em 1991, quando a banda já estava no mercado há algum tempo.
Não dá nem pra descrever direito todas as suas qualidades. É a guitarra do início, o coral no final, a letra rápida e sem enrolação... enfim... Ouça e concorde.
"Drops of Jupiter" - Train
Essa canção veio no segundo álbum do Train, mas foi graças a ela que todos começaram a perceber que a banda merecia atenção. Com uma letra deliciosa, um refrão belíssimo, um arranjo de violinos comovente e um vocal emocionado, Drops of Jupiter entra fácil nessa galeria de baladas inesquecíveis.
"Transatlanticism" - Death Cab For Cutie
Obra-prima do Death Cab, essa longa canção do perfeito álbum homônimo, já diz a que veio nos primeiros segundos. É a representação absoluta da beleza e da sensibilidade.
"Little Hell" - City and Colour
Lançado ainda esse ano, o álbum Little Hell do City and Colour é uma delícia de se ouvir. Muito mais pelos vocais entristecidos e tocantes do que pelos arranjos. Um exemplo disso é essa canção que você tem o privilégio de conferir acima. O arranjo é uma bobagem, mas os vocais são tão belos, tão infinitamente belos, que dá vontade de chorar. Sério mesmo, dá vontade de chorar.
"In The End" - Linkin Park
O Linkin Park surgiu cravado de críticas sobre ser uma ação pasteurizada de marketing, no entanto, uma conferida no álbum de estreia deixa claro que tem mais alguma coisa ali. Essa In the End é uma surpresa e tanto e junto com a recente Wainting for the End, provam que a banda pode sim ser muito competente e poética.
"Careful Hands" - Sleeping At Last
O Sleeping at Last é uma banda triste. Categoricamente é isso. O ótimo álbum de onde saiu essa Careful Hands é a prova de que a tristeza as vezes serve pra te fazer feliz.
Apoiados em arranjos perfeitos de piano e violino, a banda constrói canções apoiadas em letras coerentes e muitas doses de doce tristeza.
"Birds" - Deas Vail
Em 2009 o Deas Vail lançou o álbum Birds & Cages e me nocauteou com uma inteligência e perspicácia notáveis.
Embora o arranjo de Birds seja lindo, a letra é seu maior forte. Uma letra coesa, cheia de enigmas de entendimento apesar disso, e muito forte... muito forte.