Quinta-feira, 28 de Abril de 2011

Pânico 4 - Velhas Regras, Mesmo Carisma

 

Em 1996, em meio a um desfile de expectativas frustradas no gênero terror, estreiava discretamente nas salas de cinema uma história chamada Scream (traduzida para Pânico, no Brasil) que pretendia  reviver os clássicos através de uma linguagem autorreferente que lidava com humor e inteligência. O criador dessa meta era um tal de Kevin Willianson, que depois de ser ignorado algumas vezes, teve sua idéia comprada pela Dimenson, que achou que trazer um gênio do gênero seria o mais coerente. Wes Craven, diretor que estremeceu Hollywood com A Hora do Pesadelo, entrou em cena e adorou o projeto logo de cara. Estrelas das séries da época foram chamadas para dar notoriedade ao filme e com muita sorte, conseguiram que Drew Barrymore entendesse muito bem o projeto e cumprisse seu papel da maneira certa. A presença dela dava um toque especial. 

 

Cinco minutos de projeção e já se sabia que aquele não era um filme de terror qualquer. Um dos teasers mais assustadores e inteligentes do cinema, cheio de frases que acabaram se tornando históricas, apresentava essa história que como nunca se esperou, chamou a atenção da crítica e carregou milhões pro cinema. Scream já era um sucesso. O texto espertíssimo de Kevin era um deleite e o assassino tinha tantas marcas registradas que como acontece com todo bom clássico, imprime-se na nossa rotina, no nosso inconsciente coletivo (um exemplo disso é o programa Pânico na TV, que no início tinha menções diretas ao título do filme e seu personagem GhostFace).

 

Quando 1996 terminou, já estava inaugurada uma nova era para os filmes de terror. O próprio Kevin lançou vários outros (Eu sei o que vocês fizeram no verão passado, o mais famoso deles) e em sua cola vieram os famintos produtores que queriam também uma fatia desse novo nicho. Nesse ritmo, vieram os dois outros filmes da franquia. Pânico 2 ainda escrito totalmente por Kevin, era coerente, mas a pressa provocou reações e os motivos do assassino eram um pouco vazios. Pânico 3 teve problemas sérios com o roteiro. Kevin Willianson não podia dedicar-se ao filme naquela ocasião e o estúdio, receoso do já visível esgotamento da fórmula, não queria esperar e dispensou Kevin. O resultado foi uma terceira parte frouxa, sem o espírito da série, e com zero surpresa quanto ao assassino (embora ainda ligado à atribulada vida de Sidney). A franquia Pânico então adormeceu no tempo. Com ela, a carreira de Kevin Willianson como roteirista e a de Neve Campbell como atriz.

 

Isso até ano passado, quando rumores sobre um quarto filme começaram a pipocar na net.

 

Willianson voltou à ativa quando chamado para adaptar para a tv a série de livros Vampire Diaries. O estúdio queria o retorno e começaram as complicadas negociações, que quase não conseguiram Willianson como roteirista, o que felizmente não aconteceu. Está claro que ele é a alma do projeto e que Wes Craven entende essa linguagem como ninguém. As filmagens então começaram com o esperado elenco original. Mesmo Courtney Cox e David Arquete, que se casaram por causa do encontro no primeiro filme e já estavam separados, toparam voltar aos seus personagens, que no filme ainda são um casal (reforçando o conceito de metalinguagem que ganha ares assustadores).  Além de mais astros de séries para manter o espírito original. Dessa vez, com ainda mais fervor, já que muitos dos atores que toparam participar eram fãs da franquia. Temos Hayden Panetierre (de Heroes), Adrien Brody (de OC), Kristen Bell (de Veronica Mars), Ana Paquim (de True Blood), além de muitas participações especiais.

 

Data da estréia marcada, começou a minha ansiedade. Com 16 anos quando o primeiro filme surgiu, eu me encantei. Aquele texto bem humorado, cheio de referências pop e sagacidade era tudo que eu mais admirava. Aproximava você da história, te desafiava, não era vazio e inverossímil por mais que a história fosse. E essa paixão pela escrita de Willianson só iria se confirmar quando chegasse ao meu conhecimento aquela que considero a obra adolescente mais contundente da TV mundial: Dawson’s Creek.

 

Semana passada, para meu deleite absoluto, chegou o momento de ver esse tão esperado quarto filme. E posso dizer a vocês, meus poucos leitores: É maravilhoso!! Não desaponta nem o mais ferrenho fã da franquia e ainda nos presenteia com um panorama sobre o cinema de terror atual que é no mínimo irresistível. Minha alegria foi tanta e se reverbera em mim com tanta insistência que chega a ser difícil contê-la em prol de um texto coeso.

 

 

Poupando vocês de um óbvio resumo da história posso dizer que a metalinguagem da metalinguagem ainda funciona muito bem quando o assunto é a analogia. Brilhantemente, as motivações do roteiro se combinam com as motivações do assassino da vez (que é tão bom que quase supera Billy e Stuart). Mais importante que matar ou não a heroína Sidney, é avaliar o papel dela no inconsciente dessa sociedade fictícia que a rodeia. É como diz o assassino (nesse volume, cheio de bons diálogos) em dado momento: você sobreviveu e foi embora, Sidney. Mas a cidade ficou. E vamos combinar que vivemos num mundo em que não é mais tão incomum que pessoas acreditem nos benefícios da fama com tanta força que são capazes de reproduzir eventos violentos para então justifica-los com as mazelas da juventude (vide Columbine, Wellington Menezes...). Pânico 4 nunca esteve tão coerente quanto agora. E o assassino dessa vez tem eco real.

 

Mas não pense que o filme tenta se intelectualizar demais. Kevin sabe que seu forte é o humor e o charme do filme volta com força total, num show irresistível de referências pop que incluem, por merecimento, ícones criados dentro da própria mitologia da história. Pânico pode citar-se porque justamente possui força mitológica. E somos então presentados com momentos maravilhosos em que enxergamos a homenagem e ao mesmo tempo, o  desafio. Os assassinos se revelam  como no original, mas agem de maneira surpreendente. O filme flerta com a reinvenção , para então recuperar a sobriedade e ainda fazer Sidney dizer isso: Primeira regra de uma boa refilmagem: nunca subestime o original. Temos  mortes incríveis, sequências surpreendentes, sustos adequados... A segurança desse roteiro fica tão visível e é tão honesta com seus fãs que chega a emocionar.  Kevin estapeia com tanta força os outros filmes de terror que ultimamente temos visto que não dá pra ignorar. E assim como no primeiro, a crítica se rendeu e aplaudiu (o que como fã, desejei ardentemente).

 

Craven fala em uma nova trilogia se o quarto der certo. Torço para mais dois filmes de diversão, embora não enxergue outras possibilidades de envolver a vida de Sidney nesse processo de motivação criminosa. Ela já teve namorado assassino, sogra assassina, irmão assassino... Sua árvore genealógica foi eliminada durante esses anos todos e uma hora as motivações de vingança e notoriedade não vão mais funcionar.  Ainda confio em Kevin e vou apostar se realmente acontecer, mas se pararem aqui, já vai ter sido muito bom. 16 anos depois eu mudei muito, como os atores, os personagens, a vida, o cinema... mas aquela essência primal ainda está aqui. Vive avaliando o presente com tiradas sábias sobre o passado. E assim funciona Pânico 4. Novas regras visando as velhas. Mesmo carisma atravessando o tempo.

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Dobrado Por Henrique Haddefinir às 19:27
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Sala de Projeção

Duplicidade

Dupla tentativa que resulta em quadruplo desinteresse.

 

Indicado por Ana Carolina Alcântara e Monique Bomfim, minhas amigas de faculdade, esse longa de Tony Gilroy foi vendido por suas críticas e slogans com  a seguinte frase: ainda há vida inteligente em Hollywood. Embora tenha sido um fracasso de bilheteria, foi alardeado por unir Julia Roberts (na época distante das telas) e Clive Owen (sempre belo), numa história de ação e suspense. E sem desmerecer a qualidade criativa do roteiro de Tony, fiquei  intrigado com essa superestima ao filme.  Dois agentes secretos, espiões, trabalham numa rede de intrigas e vendas de informações confidenciais entre empresas que brigam pela patente de produtos que podem vir a revolucionar o mercado. Inteligentíssimo, claro. Os dois agentes se apaixonam, mas por serem espiões não confiam um no outro. Razoável, ok. Narrativa fragmentada que conduz a um quebra-cabeça. Já vi isso antes... muitas vezes. O que parece ser não é, e o que seria mesmo pode também esconder outro será.  Reviravolta final dupla, entendo... Outro dia vi umas dúzias assim... Vejam bem, nada disso torna o filme ruim, muito pelo contrário. A direção é elegante, o elenco afiado e o filme exala dignidade. Mas  a apostila do centro de relevância detectado em tantas criticas e comentários eu não peguei na xeróx.  Portanto, se alguém aí souber me diga: Duplicidade é tão bom assim, porquê mesmo??

 

Rio

Não se esqueçam que caricaturas não mentem.

 

Às vezes, antes de ir ao cinema, entro no Omelete.com para conferir as críticas das estreias mais importantes da semana. Geralmente as criticas do site costumam ser imensamente coerentes, mas a do filme em questão, Rio, tinha uma má vontade que geralmente não vemos por lá.

Rio foi feito por Carlos Saldanha, um brasileiro cheio de moral depois de ter transformado A Era do Gelo num  sucesso de público e crítica. O filme era o maior sonho do diretor e bastam cinco minutos de projeção para entender isso. Rio é uma homenagem emocionada à cidade do Rio de Janeiro e seu roteiro e seus personagens são tão carismáticos que em meia-hora de filme você já mandou a defensiva para as cucuias. Sabe-se que a defensiva a que me refiro diz respeito a apreensão do espectador brasileiro diante da retratação americana para nosso povo e nosso cotidiano. É normal que seja assim, já que alguns diretores cometeram desatinos sem sentido em alguns momentos da nossa participação no cinema hollywoodiano.  E exatamente por Saldanha ser brasileiro essa cobrança com ele seria ainda maior.

É aí que entra a crítica do Omelete, que em detrimento de um filme grandioso e comovido (sabendo-se que por tratar-se de uma animação certas liberdades artísticas são permitidas – e no roteiro nenhuma delas é prejudicial à nossa imagem), preferiu dar atenção à detalhes medíocres como o fato de não termos Flamingos em nossa fauna ou de as bundas aparecerem várias vezes no longa. O crítico acusa Saldanha de não ter visitado nosso país como deveria e o chama de leviano. Mas será que o crítico anda no mesmo país que nós? Podemos não ter flamingos, mas as bundas nos sufocam com todo o sortilégio de nomenclaturas baixas.

A qualidade do longa é tão, mas tão superior a isso que chega a ser mesquinho desqualifica-lo por um preciosismo pretensioso desses. Vários são os países e culturas que ao serem representados em comédias e animações, sofrem uma maximização de conceitos e estereótipos e isso faz parte do jogo. Se for respeitoso não é nocivo. E o que temos em Rio é tão respeitoso e mágico que reclamar de coisas assim é tão pedante quanto prolixo.  E leviano. Aí sim, leviano.

 

Almas à Venda

Não venda a sua ao Diabo, guarde-a quentinha em nossas gavetas.

 

Já imaginou como seria se você pudesse se livrar de sua alma por algum tempo e guarda-la num potinho para consultas futuras? Pois bem, a empresa existente nesse longa alternativo estrelado por Paul Giamatti lhe oferece esse serviço. Você se desliga de suas perturbações interiores guardando sua alma num cofre para acessá-la quando quiser. E é Paul Giamatti, como ele mesmo, que busca essa redenção para quem sabe conseguir vestir de modo neutro o seu novo personagem. O problema é que há um tráfico de almas em ação e a de Paul  é roubada por uma aspirante a atriz. Com isso, Paul precisa ficar com a alma de outra pessoa e os efeitos dessa troca são o argumento principal desse lindo filme. Cheio de sensibilidade e humor refinado, o filme trata a absurda questão de maneira segura e nos faz lembrar muito de Brilho eterno de uma mente sem lembranças. Mas não se engane. Almas à Venda não peca pelo excesso de poesia de seu primo criativo. É igualmente lúdico, mas muito mais pessimista. Vale uma conferida.

 

 

Comer Rezar Amar

Ver Bufar Lamentar

 

A resenha do livro de Liz Gilbert dizia respeito à fragilidade dramatúrgica da história pessoal da “personagem”,  mas que não prejudicava o leitor, já que uma escrita segura e esperta garantia os bons momentos desse livro.  Já a adaptação cinematográfica dirigida por Ryan Murphy (Nip/Tuck, Glee) acabou virando, talvez por não ser capaz obviamente de transcrever a sagacidade narrativa de Gilbert, uma bobagem sem tamanho. Se não fosse a fotografia, o filme não seria nem digno de menção. Sobretudo para os que leram o livro, a história sofre de relevância e conteúdo e abre mão de momentos que poderiam talvez, ceder ao roteiro algum tipo de clímax e nó dramático, porque esse é exatamente o problema com Comer Rezar Amar: ele não tem clímax. Ele não tem conflito. Maximiza o romance entre Liz e Felipe e reduz Wayans a um pontinho no escuro.  A própria jornada pessoal de Liz acaba soando estúpida,   já que não se pode dedicar mais que dez minutos do filme a traduzir suas perspectivas pessimistas (o que no livro é o tempo todo reforçado). O resultado é uma personagem rasa. Rasteira.  O que acho uma pena, já que torço pelo sucesso do diretor Ryan Murphy. Embora não pudesse imprimir sua ousadia no longa, ou trairia mais ainda a obra de Gilbert, achei que a escolha dele teria sido proposital  por ser inovadora, e o que vimos foi uma triste e inútil adaptação.

 

PS: Alguém saberia me dizer porque a Julia Roberts aparece em todo o material de divulgação do filme chupando essa colherzinha?

 

Alice no País das Maravilhas

Alice gótica toma Diazepan e vai ser sindicalista na China.

 

Tem um tempão que Tim Burton começou a deslizar por uma esfera de auto-caricatura do qual parece não sairá jamais. Seu estilo sendo impregnado em histórias clássicas acompanhadas de um excêntrico Johnny Depp e uma descabelada Helena Bohan Carter, já faz parte do nosso cotidiado. Funcionou em A Fantástica Fábrica de Chocolates e foi tolerado em Sweeney Todd. O problema é que o homem desembestou a fazer adaptações e achou que ia ficar bonito pra ele. O que ele fez com a Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carrol, foi uma cagada tão sem tamanho que chega a dar pena.

Primeiro o exagero visual. Chega a dar enjôo. A vertigem é a mesma que sentimos quando assistimos Transformers 2 e Speed Racer. E esse excesso prejudica a empatia com o filme, que já sofre do terrível mal de não ter uma protagonista forte, simpática. Alice, bem no estilo Burton, é pálida, esquálida e cheia de olheiras. Parece um cadáver. Uma fã apática da saga Crepúsculo. E não sei porque raios ele achou que não podia contar a história original e sim uma versão "moderna", com Alice voltando à Wonderland para salvar o país da Rainha Vermelha. E olha que até aí tudo bem, se no final Alice não tivesse ido pra China virar gerente comercial (?). Despirocação total!!! Se não fosse a Bohan Carter mandando cortar cabeças o filme não valeria nem metade do ingresso.

 

Nine

Rob Marshall faz filme com nove motivos pra você não assistí-lo: chato, longo, escuro, tem a Fergie, tem o Day-Lewis se contorcendo, a Judi Dench canta, não tem clímax, não tem final e as músicas são um chute no ovo.

 

Há um tempão atrás, Rob Marshal  tirava do limbo o gênero musical e o levava de volta à ribalda do reconhecimento crítico, conseguindo para Chicago uma penca de prêmios. Eis que recentemente tentou repetir o feito com esse insípido Nine.

Pessoalmente, eu já não era tão fã assim de Chicago. Uma história frouxa, sem credibilidade e com protagonistas sem nenhum carisma.  O filme parecia ter sido todo construído em volta do número musical das prisioneiras, único com força dramática e criatividade.

Pois bem, em Nine a estrutura se repete para o bem e para o mal. Com um argumento ainda pior, sem nó dramático, sem clímax, sem charme, o musical também baseado numa produção da Broadway, é arrastado, pretensioso e busca bombear a emoção com notável desespero. Começando pela  escolha de Daniel Day-Lewis e Marion Cotillard para protagonistas, uma tentativa frustrada de impressionar a audiência. O filme reprisa o papel de Queen Latifah e dessa vez é Judi Dench que interrompe a narrativa para um chatérrimo número solo. Sem falar na figuração de luxo feita por Nicole Kidman e Sophia Loren.  O cenário onde a maioria dos números acontece é muito parecido com o cenário do número das prisioneiras em Chicago e é nele que acontece o único momento interessante do longa: o número cantado por Fergie. E vejam senhores, com uma base criativa idêntica a das prisioneiras.

Enfim, não é à toa que esse filme passou pelos cinemas e ninguém viu. Foi um maiores fiascos do ano passado e Marshal deve estar até agora se perguntando o que aconteceu. O que aconteceu? Vencer pela estética pode ser fácil uma vez, mas duas...

 

Amor e outras Drogas

Viagra nas comédias românticas injeta sagacidade em Hollywood.

 

Monique Bomfim do A Tonga na Mironga, diz:

Antes de ver o filme, li a crítica que o Rubens Ewald Filho escreveu. Ele disse que eram 3 filmes em um e que seria mais eficaz se o roteirista focasse apenas em um. Fiquei confusa, pensando em como teriam conseguido fazer isso. Fui assistir. Rubens, pra variar, estava certo. 

O irresistível Jamie (Jake Gyllenhaal) abandona a faculdade de medicina para aterrorizar a família, que é toda do ramo, e mostrar que é o dono da própria vida. Dá-se que Jamie consegue um emprego para ser representante de um remédio concorrente ao Prozac, entrando assim no ramo da indústria farmacêutica, destrinchando seus esquemas e falta de ética. Temos então, o roteiro número 1. Percebe-se também que o protagonista é avesso a relacionamentos e seu esporte preferido é o sexo casual. Ele encontra a parceira perfeita, Maggie (Anne Hathaway). Em meio a transas, quase turbulentas, Jamie e Maggie amargam a intensa dúvida se devem ou não se entregar ao amor e deixar o discurso de independência de lado. Apresenta-se o roteiro número 2. Acontece que Maggie, aos 26 anos, sofre de Mal de Parkinson no estágio 1. Jamie, a princípio, demonstra tranquilidade sobre a doença, mas sua certeza de que pode lidar com ela se dissipa aos poucos. O que se revela o roteiro de número 3. Todos são interessantes, com boas sacadas e bem inseridos na década de 90 (abordando o surgimento do Viagra e o uso de pagers). Porém, a pluraridade temática distorce o objetivo do filme, que acabam se tornando vários, dando aos espectador a chance de escolher o que lhe parecer melhor. O que incomoda é a escolha óbvia da trilha sonora. Cena divertida: Macarena. Cena romântica: cantora gemendo com um piano ao fundo. A década de 90 foi tão rica se tratando de música, tanto as boas quanto as cafonas, que poderia ser um trunfo para o filme, não algo enfadonho. Falando em enfadonho, depois de resistir a quase o filme inteiro, o roteirista se perde na pieguice do momento em que Jamie(em uma atuação péssima) perde perdão a Maggie no fim. Foi de cortar o coração de tão errado. E enquanto tudo se concentra em Jake Gyllenhaal e Anne Hathaway, dou destaque a Josh Gad, que interpreta o irmão de Jamie, que nos dá todos os motivos para dar boas risadas.

 

As Dobras responde:

Rubens e você podem ter razão no que diz respeito ao roteiro, mas com um pouquinho de esforço, dá pra entender o que pretendiam esses produtores: uma simples e até admirável tentativa de fazer a diferença. Afinal de contas, de comédias românticas que se focam em apenas um ponto, os cinemas já estão cheios. Mas de um romance levemente cômico/dramático que tenha tantos outros desdobramentos, não vemos tanto por aí não. De fato, a vida e a história de ninguém é chapado por um só prisma e essas ramificações fazem parte do cotidiano de qualquer pessoa. O que quiseram os roteiristas de “Amor e Outras Drogas” foi ir na contrapartida do que vemos por aí. O resultado pode ter causado um incômodo, mas não é de maneira nenhuma, negativo.
Quanto à trilha sonora, quando você precisa que seu roteiro demarque um tempo, uma época, ele precisa ser óbvio. Todos os maiores ícones de uma época, são por natureza, óbvios. Em qualquer filme de época, o que você verá são as obviedades, ou não vai conseguir transportar seu público pra sensação de nostalgia necessária pra absorver esse teletransporte. Datar uma história significa destacar o pop daquela época e não o cult. Até porque, o cult costuma transpassar o tempo. Não é datado.
Engraçado como o viéis da preferência é paralelo, não é? Exatamente aquilo que enfraquece o filme na sua opinião e do Rubens, é o que o fortalece pra mim.

 

Dobrado Por Henrique Haddefinir às 18:39
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Quarta-feira, 27 de Abril de 2011

Leitor de Malandro

Estreiando a nova série Leitor/Espectador/Ouvinte de Malandro. Um espaço para todos aqueles que sabem quando uma coisa é ruim, mas mesmo assim vão atrás.

 

O primeiro capítulo é sobre o blog Legendado.

 

Prometi a mim mesmo que não ia mais entrar no Legendado.com depois que tive que aturar a Cláudia Croitor metendo malho em Lost e achando que 24 horas era a coisa mais inteligente do planeta. Eis que acabei, depois de meses, entrando no blog e fiquei irritado do mesmo jeito. Ela está igual aos dramas familiares que ela critica: quatro meses depois repetindo os mesmos elogios as mesmas tramas e criticando grosseiramente os mesmos alvos. A mulher nunca vai parar de falar mal de LOST, credo.

 

Dobrado Por Henrique Haddefinir às 20:14
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Blogs Do Além Túmulo

Pelo amor dos Deuses, se não bastasse o fiasco do Blog da Luciana em Viver a Vida, agora temos esse outro sinal do apocalipse aqui:

 

 

Natalie Lamour tem um blog! E é uma pena que essa onda de personagens tendo blogs na vida real não tenha podido ocorrer em tempos áureos da televisão brasileira. Já imaginou esse pessoal aqui com blog:

 

Odete Roittman: Aos Tupiniquins, o exílio.

Natacha (Vamp): Blog das Vampiras Arrependidas

Abigail Rossini: Vingue-se do seu homem em 4 tempos

Tonha da Lua: Blog da Ru...Ru... Rutinhaaaa....

Dom Lázaro: Pala os que plefelem Melão...

Flora e Donatela: Faísca e Espoleta, o Legado

Helena (de Mulheres Apaixonadas): Consultório Emocional on line

Helena (de Páginas da Vida): Blog da Moça Bunita - Meu filho é Down

Helena (de Viver a Vida): Blog do Perdão à Luciana

Branca Letícia de Barros Mota: Um Martíni e um Riso: Frases de Branca

Jade: Uma muçulmana em Copacabana

Bebel: Quero ser sua fixa

 

E por aí vai....

 

 

Quem quiser visitar o blog de Natalie, o link está aqui:

http://insensatocoracao.globo.com/platb/natalielamour

 

Dobrado Por Henrique Haddefinir às 19:22
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Domingo, 24 de Abril de 2011

De Cenoura

 

 Na cozinha: Ariadna ensina receita econômica para a Páscoa

 

 

Ariadna no Ego segurando uma cenoura: é a boa e velha sabedoria cômica dos redatores de entretenimento daGlobo.com.

Dobrado Por Henrique Haddefinir às 20:52
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The Script

 

Graças novamente a meu querido amigo Ney, fui apresentado a essa outra incrível banda. Essa canção, The man who cant be moved,é uma das coisas mais lindas que já ouvi nos últimos tempos. A letra é de uma sensibilidade arrebatadora. Confiram.

Dobrado Por Henrique Haddefinir às 20:41
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Quarta-feira, 13 de Abril de 2011

Tá Chegando...

 

Por isso que por mais que eu ainda deteste o jeito que a Sílvia Helena Penhalbel escreve, a SCi-Fi News ainda é foda!! Pânico 4 na capa é pra provocar o meu amor eterno!

Dobrado Por Henrique Haddefinir às 18:26
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Segunda-feira, 11 de Abril de 2011

Tome no cú, Deputado

Dobrado Por Henrique Haddefinir às 18:03
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Era uma vez em 7 de Abril...

 

Já faz quase uma semana desde que o agora reconhecido como esquizofrênico, Wellington Menezes, entrou dentro de uma escola em Realengo, no Rio de Janeiro, e matou 12 crianças à queima roupa.

 

Como é de praxe dentro do cenário nacional, desde então não se fala de outra coisa nos telejornais. Nos tempos em que vivemos, as tragédias estão cada vez mais próximas de nós, através de imagens que circulam por toda a web, o que torna os eventos de 7 de Abril um pesadelo que nos toma da sensação de normalidade dos nossos dias. A cada minuto uma nova imagem, uma nova perspectiva ou ângulo, e uma perscrutação incansável da vida do infeliz do assassino. Em contrapartida, as mesmas perscrutações e imagens nos revelam um cenário de pânico, terror e absurdo. Ninguém está preparado nunca para acordar e dar de cara com crianças ensanguentadas jogadas em corredores e saindo aos gritos pelos portões de uma escola. E embora os diagnósticos de doença mental estejam pipocando por todos os canais, não há como desligar a mente da raiva e da frustração provocada por esse indivíduo.

 

Começaram as discussões sobre os efeitos do bullying, sobre a segurança nas escolas, sobre tudo que diz respeito a educação e sociabilidade. Ou seja, o Brasil parou para avaliar a tragédia e os efeitos dela e de quebra, o que Wellington conseguiu foi provocar um sentimento de medo generalizado, já que sabemos que do mesmo jeito que os ataques de 11 de Setembro "inspiraram" as loucuras do assassino, esse triste 7 de Abril pode influenciar outros extremistas ou esquizofrênicos ou seja lá qual for a mistura necessária para criar tamanha monstruosidade, a realizar o mesmo desatino. Sem os eventos de Columbine talvez não tivessem acontecido outros ataques semelhantes. E o que a gente faz diante desse ciclo incontrolável? Ficamos a mercê da piedade humana... Contando com a sorte de não estarmos no lugar errado, na hora errada.

 

E o vídeo que circula na web mostra que aquelas crianças, naquela manhã aparentemente normal do dia 7 de Abril, nunca poderiam imaginar que estivessem no lugar errado, na hora errada, o que torna tudo ainda mais insuportável. Em dois minutos, tudo desaba. Em dois minutos, tudo é finito. E somos lembrados que não controlamos nada, que somos frágeis como papel e estamos vulneráveis ao julgo e à condenação pelas mãos dos nossos próprios semelhantes.

Dobrado Por Henrique Haddefinir às 15:31
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Terça-feira, 5 de Abril de 2011

BBB11 - Edição Limitada

 

 

 

Sabe quando um produto, já há muito tempo no mercado, invade as prateleiras como sempre, mas com alguma nova especialidade que estampa em seu rótulo o selo de “edição limitada”? Pois bem, terça-feira passada o BBB11 se transformou na exceção... No que pode se chamar de divisor de água... Se transformou no melhor de todos!

 

Já até houve um muito parecido. Aquele, do número cinco, que levou à história, inesperadamente, o homossexual  assumido Jean. O salto foi positivo, mas a aceitação de um gay que não agride o conforto imagético da nossa sociedade, não pode se comparar a vitória de Maria, um exemplar até agressivo da natureza sem julgos que pode imergir de uma mulher. Seria mesmo uma comparação justa? Talvez não, mas algo me diz que premiar um homossexual letrado, adepto das citações e muito discreto, não é nem de perto tão emblemático quando premiar uma aspirante a “piranha”, que acaba se revelando mais humana, imperfeita, bela, carismática e verdadeira do que até mesmo os votantes tomados de preconceitos que continuam assistindo o programa, estavam preparados pra enfrentar.

 

Maria, a louca que se arrastou aos pés de um homem quando teve vontade, que se entregou a outro quando teve vontade, que “amou” sem ser amada, e que foi “amada” por outro não apesar disso, mas por causa disso – e por um homem que carrega o compromisso de ética e gentileza de um jeito que não se vê mais por aí -  dando ao seu trajeto no reality um toquinho de idealismo romântico que nenhum casal em dez anos conseguiu reproduzir. Maria, que foi a escrota e a deusa em todos nós, e que salvou o BBB da vergonha da vitória de Marcelo Dourado no ano passado, e que parece ter reeducado o espectador a ver além do óbvio, além da edição, além do corpo.

 

A metáfora do discurso de Pedro Bial é cabal. Tanto para o coração generoso de Wesley (quanta simpatia tenho pelos que são gentis, educados e ponderados e que exatamente por isso sofrem  acusações de letargia), e quem assistiu aos paredões do moço sabe que Bial confundiu personalidade equilibrada com falta dela, ignorando a figura do dito cujo com o julgo da indiferença. Wesley, o “senhor de engenho” que não se perturba pelo passado da “bela dama”, a dama Maria, dona da inteligência mais interessante de todas:  a passional.

 

Com esse desfecho, a dramaturgia do BBB recupera a dignidade perdida na décima edição e ainda ultrapassa seus objetivos iniciais, nos presenteando com as figuras de Daniel, Diana, Talula... Para se encerrar com aquela já mencionada pitada de Holywood que devem ter todas as grandes histórias. Maria e Wesley reinventaram Uma Linda Mulher  (se formos brincar com os boatos sobre Maria aqui fora). Reinventaram e redimensionaram conceitos. Precisou ter um programa de televisão para premiar a liberdade e a força... a bondade e a educação.

 

Fica a dica pro ano que vem.  Que o público pare de premiar os belos porque dos belos será o reino das playboys.  Que o público pare de premiar os “descolados” porque não importa mesmo se o discurso é real. Nos livrem dos Maxes, Mau Maus e Rafinhas da vida. Nos livrem dos Marcelos Dourados. Brasil, nunca mais premiemos a ignorância só pra ver o que acontece. Nunca mais premiemos a vitimização, só porque de  alguns olhos saem algumas lágrimas. Bem vinda Maria, ao hall dos vencedores cabais do Big Brother, onde residem de fato Jean e Alemão. E onde residem virtualmente Leka, Grazi, Priscila e Wesley.

 

E análises à parte, a casa vazia no pay-per-view enquanto escrevo é triste e nostálgica. O BBB retomou toda a sua força dramática e me encanto com uma edição cheia de paixão, reviravoltas inesperadas e manipulações psicológicas. Uma edição limitada que por sorte “mariou” o público e se despediu com chave de ouro e gostinho de quero mais.

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Dobrado Por Henrique Haddefinir às 18:08
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