“Comer, Rezar, Amar”
Elizabeth Gilbert
Dei uma pausa no meu projeto de ler todas as crônicas vampirescas de Anne Rice (pausa provocada pela faculdade também, devo esclarecer... e pelo trabalho.... e pelas peças... e pelos compromisso pessoais...) para dar uma atenção a esse tão falado livro da Elizabeth Gilbert, que virou filme com a Julia Roberts fazendo a viajante tagarela.
Peguei o volume com minha amiga Monique Bomfim e embarquei para a Itália, primeiro destino da personagem/autora. A introdução inspirada, que explica o significado de um amuleto balinês que serve de base para a estrutura do livro, esconde a progesterona excessiva que está vindo a seguir. Antes de embarcar para a Itália, a personagem fala sem parar de seu divórcio complicado, de seu romance mal sucedido com um jovem, de suas crises depressivas, de tudo que a leva a tomar a decisão de vender um projeto literário que lhe transporte para três experiências em três pontos diferentes do mundo. O livro é o resultado disso: todos os problemas triviais de uma escritora rica, dada à instabilidade, que pode se dar ao luxo de expurgar seus fantasmas em paraísos estrangeiros.
Começando pela Itália, onde ela pretende se dar o direito de sentir prazer. E pra isso, ela come. São 36 histórias (como ela mesma define os capítulos) sobre comer e fazer turismo. Gilbert é esperta na escrita. Sabe disfarçar seus argumentos fracos com uma prosa eficiente. Tanto que quando ela vai embora da Itália, percebemos que nada aconteceu com ela lá. Ela deprimiu de novo, recebeu a visita da irmã, fez um curso de italiano com umas pessoas que parecem ter sido encomendadas para engrandecer a obra de tipos estranhos e comeu, comeu, comeu... e fez turismo, turismo, turismo...
Partimos para a Índia, então. Aqui ela pretende encontrar Deus através da meditação. Conhece mais alguns tipos estranhos e faz mais turismo. Mas perde menos tempo descrevendo pratos para poder descrever rituais. As descrições às vezes nos surpreendem com reflexões interessantes, mas nada acontece além disso. Claro que a essa altura você já aceitou que aquela é uma história sobre a cabeça de uma mulher e sua busca pela redenção, portanto, fatos são irrelevantes. A personagem vai embora da Índia certa de que nos transmitiu um pouco da cultura indiana e que pegou num dedinho mindinho de Deus. Vamos com ela então, para Bali.
Na Indonésia, as coisas melhoram na narrativa. Um pouquinho de romance ajuda. O brasileiro também parece não existir, tamanha perfeição de sua descrição. Mas... esse é o mundo dela: pessoas ricas, belas e viajadas. Ela entende dele melhor do que eu. Mas pelo menos o ketut é mais crível. Assim como a trambiqueira Wayan, que é responsável pela corrente de solidariedade que salva o final do livro do marasmo.
Quando o livro termina, a sensação é de inverossimilhança. Com o tanto de dinheiro que a mulher parece ter gastado, estaria perdida se não tivesse acontecido realmente nada. Tenho certeza que Gilbert garantiu que houvesse muitas páginas de devaneios femininos e figuras exóticas, tudo pelo bem da movimentação midiática e dos bolsos dos editores.
Não estou, de maneira nenhuma, fazendo pouco caso do livro. Não foi nenhum suplício chegar até o fim e em alguns momentos até me comovi. Mas no que diz respeito a sugar a própria vida e cuspi-las nas páginas de um livro, prefiro o que a Fernanda Young faz, que é manter a linguagem e as referências pessoais, mas pelo menos inventar um enredo. Elizabeth Gilbert lançou logo depois o livro que conta como foi o divórcio dela. Se isso não é desespero editorial, eu não sei o que é. Quer falar de divórcio? Inventa um. Use sua voz pela boca de uma ficção. E salve os que estão envolvidos nos seus dramas, da sua versão unilateral e perigosamente vendável dos fatos.
UpDate: Minha amiga corrigiu aqui nos comentários que a autora não fala do divórcio no seu atual livro e sim de sua experiência pré-casamento com o brasileiro que conheceu em Bali. Mas enfim, o comentário se aplica aqui também.
Train
“Save me, San Francisco”
Conheço o Train desde o início dos anos 2000. Meu primeiro contato com a banda foi através da trilha sonora do seriado Dawson’s Creek. Eles já tinham lançado o apagadinho Self-Titled e estavam colhendo os frutos do bem sucedido Drops Of Júpiter. A canção que dá título ao álbum tinha sido indicada ao Grammy. Depois veio o irregular My Private Nation, com canções intrigantes como Get to Me, mas também cheio de bobagens. Eles se corrigiram no bom For me it’s you e parecem ter encontrado o equilíbrio com o recém-lançado no Brasil Save me, San Francisco.
Hey, Soul Sister ganhou as rádios de todo o país com seus riffs de bandolim e até conseguiu a façanha de fazer parte da trilha da novela Ti ti ti. O que acho ótimo. Garante o lançamento dos álbuns da banda em território nacional.
No entanto, o álbum, apesar de ter umas perdas de tempo como Parachutes e If it’s love, tem ótimos arranjos. Os destaques são para I got you (com uma bateria poderosa), This Ain’t Goodbye (que mostra como nunca antes o poder dos vocais), You Already Know (com uma potência impressionante e um refrão surpreendente), Words (a única boa balada do disco depois de This Ain’t Goodbye). Já Brick By Brick é meio picolé de chuchu. Não é ruim, mas não é boa. Breakfast in Bed tem a pretensão de desconstruir a fórmula do álbum e até consegue. Mas não é tão boa. E Marry Me é uma bobagem sem tamanho e surgiu provavelmente de mais uma daquelas tentativas toscas do vocalista de homenagear a mulher. O que é uma pena, já que as últimas canções dos álbuns do Train tendem a ser muito boas. E não podemos deixar de falar da competência das duas primeiras faixas. Hey, Soul Sister e a que dá título ao disco.
A versão americana do álbum tem uma canção extra que não está disponível no Brasil. Chama-se Half Moon e seria uma boa despedida do disco se incorporada à ele no lugar de Marry Me.
Enfim, o Train segue em sua trajetória de maneira interessante e ainda me garante muitos momentos de diversão. Vale a pena comprar o disco e aproveitar também a bela arte do encarte.
Maroon 5
“Hands All Over”
O primeiro single do novo álbum do Maroon 5 já está tão batido nas rádios que já virou vítima dos mais impacientes. Misery é uma abertura injusta para um álbum muito mais coerente que o antecessor, o misturado It Won’t Soon Before Long. Mesmo confuso, o álbum anterior tinha a poderosa If I never see your face again como abertura e te arrebatava logo de cara. Misery é animadinha, mas depois das primeiras audições, começa a mostrar sua fraqueza estrutural.
Mas começa assim a nova empreitada do Maroon. E já na segunda canção, eles pedem mais um pouquinho. Give a little more é que começa a revelar a genialidade desses caras. Ninguém consegue fazer pop como eles. É uma capacidade curiosa de misturar elementos eletrônicos, percussão, detalhes acústicos e rock. Sim, rock. E tudo isso com umas letras ingênuas, metidas a maliciosas que tornam tudo ainda mais bonitinho.
Da primeira a última faixa, sem exceções, os caras conseguem encontrar uma maneira de arranjar a música e torná-la encantadora e candidata a bomba comercial.
Eu destacaria Don’t Know Nothing (com um pianinho gostoso e um uhhh uhhh uhhhh irresistível), Never gonna leave this bed (feita pra virar hit e com um refrão que você fica repetindo sem parar), I can’t lie (daquelas que você imagina uma praia e uma galera bonita fazendo um luau), Runaway (bateria perfeita e outro refrão irresistível) e a comovente How, cheia de intensidade, uma letra inspirada e interferências vocais encaixadinhas. Não dá pra não ouvi-la sem se tocar pelas súplicas do personagem. É um despertar da banda que sem dúvida tira você do eixo.
Ainda temos as baladas, que nunca foram o forte da banda, mas que mesmo assim tem seu valor. A versão brasileira do álbum tem um cover de Crazy Little thing called Love que não tem na versão americana. Em compensação, a versão americana tem as poderosas Last Chance e No Curtain Call, que não constam na versão brasileira. Além de versões acústicas de Misery e Never gonna leave this bed.
Enfim, o Maroon 5 continua no topo. Agora não é mais novidade e não há mais tanta comoção, mas mesmo assim, não há nenhuma banda que consiga fazer essa mistura doida de rock e pop de maneira tão objetiva quanto eles e conseguir mesmo assim fazer dar certo.
Deas Vail
"Birds And Cages"
Mais uma vez, meu maravilhoso e generoso amigo Ney, me presenteia com essa pérola do rock que merece todas as nossas mais incríveis reverências. Essa banda complicada de catalogar ou explicar tem um nome tão complexo quanto. Uma procura ávida no Google te dá poucas informações. E à primeira vista, esses vocais emocionados, essa sonoridade hora crua e hora diáfana, esses flertes amorosos e filosóficos, podem acabar assustando você. Mas por favor, não se deixe levar. Aliás, deixe-se levar sim, mas pela beleza dessa banda.
Birds and Cages poderia ser encarado como uma tradução livre da ambiguidade. E talvez explicar demais essa metáfora empobreça o disco. Mas citar a genialidade com que passeamos por esses dois conceitos durante a audição é indispensável.
Começamos com The things you were, onde com um refrão arrebatador e um arranjo forte, cheio de cordas e violinos, fala de alguém que recebeu uma dádiva: algo pelo que viver. Mas de súbito, esse otimismo é devastado pela deliciosa Growing Pains. Com uma bateria incrivel, os vocais se perguntam o que é um nome? se todos parecemos iguais na escuridão? E numa epifania simples, nos deparamos com um conceito de inevitabilidade: a vida é um livro sobre a prateleira, com uma história não contada. Partimos para um dos singles do disco. Excuses talvez tenha sido escolhida por ser possível de interpretar-se como uma crônica sobre a guerra. Também tem um refrão forte e é uma transição importante para a primeira faixa que dá título ao disco. Cages é uma outra crônica, só que sobre o isolamento. Não é nem genial, visto que essa é a primeira coisa que nos passa pela cabeça ao ouvir a palavra gaiola. Mas aqui, com a arte do Deas Vail, isso é feito de maneira eficiente e bela. A letra é segura e foge do clichê. Fala de nós mesmos enquanto partes desse contexto perigoso: Nós nos tornamos a equação moderna. Os números da esperança. E por mais que no refrão, o personagem da canção fale do quanto gostaria de fazer alguma coisa, o máximo que conseguimos é um final belíssimo em que a possibilidade de redenção nos faz seguir adiante. E tudo isso com um coro masculino de arrebatar qualquer coração de pedra.
A entrada em cena de Birds, pede um parágrado só para ele. Eu nem vou falar da letra ou isso vai virar uma resenha-monstro, mas se não bastasse uma das melhores construções literárias em forma de música que eu já vi, a canção tem tanta beleza. Tanta beleza que nem sei! Além dos vocais brilhantes, os falsetes perfeitos, a virada de piano perto do final, a emoção... A música é uma ofensa de tão linda. E a letra, que fala basicamente sobre a nossa deficiência de ajuste humano, pode ser lida na íntegra aqui: http://letras.terra.com.br/deas-vail/1581507/traducao.html. MAs se você tem alguma dúvida da genialidade dela, presta atenção nesse trecho:
Embrace
“The Good Will Out”
Sabe quando sem querer você encontra um tesouro escondido nas areias de uma praia paradisíaca? Então, o site Submarino.com é a minha praia paradisíaca e o álbum The Good Will Out, do Embrace, é o tesouro. Eu nunca tinha ouvido falar da banda, até o meu queridíssimo amigo Ney me passar algumas canções deles e eis que durante uma das minhas peregrinações no site, encontro esse álbum todinho, importado, baratinho, esperando por mim. E ele é a uma das coisas mais lindas que já tive o privilégio de conhecer.
Partindo desse título otimista (que aparece várias vezes nas letras de algumas das canções do disco), ao mesmo tempo, somos transportados para uma atmosfera de beleza, um tanto triste e um tanto terna, não só provocada pela voz emocionada do vocalista, mas também pelos arranjos tomados de cordas, violinos, pianos e detalhes, ornados de refrões arrebatadores, cantados em coros e sem nunca esquecer que tudo isso é rock, fazendo com que lá no final, uma guitarra retorcida feche tudo com chave de ouro.
Depois de uma pequena introdução instrumental, somos apresentados a All You good People. A canção é uma convocação. Pessoas de bem, me ouçam! Apoiada em uma base de bateria e guitarra, somos presenteados com solos de trumpete que lembram muito as surpresas do Blur, mas cheios da identidade vocal do Embrace.
Aí depois vem a primeira obra-prima do disco: My Weakness is none fo your Business. Sem refrão, a música é de uma superioridade artística impressionante. O vocal é uma súplica e um recado daqueles que não são sempre fortes, mas que representam também a força. A canção cresce para um final épico, uma orquestra arrebatadora e um la la la de cortar o coração.
Come back to what you know é uma bela maneira de dizer a quem você ama que você é um idiota e que merece mais uma chance. Até porque o refrão – de uma potência comercial imensa – tem uma frase maravilhosa: “volta pra mim pra eu ver que você está certa”. A música tem arranjos de guitarra mágicos e é mais uma das que termina com o vocal calminho pra arrebatar seu coração.
One Big Family vem pra quebrar a calmaria. É a carência artística do disco, e talvez do Embrace. As canções mais agitadas não são muito boas. Tem muito ruído e se confundem. A força da banda está lá... em algum lugar... mas as guitarras estridentes não nos deixam ouvir.
E a segunda bomba de competência vem em seguida: Higher Sights já começa genial. Depois de uma introdução só de bateria, o vocalista diz: “O Silêncio é só o que eu tenho pra te dizer”. O bloco de renúncias e reflexões emocionais continua em mais um refrão de arrepiar a nuca.
A seqüência de maravilhas se mantém com Retread. Uma bateria perfeita. Um riff de guitarra irresistível e um refrão de matar! A letra é um achado. Com um discreto senso de soberania, o personagem diz a sua amada que ela está no escuro e que se ele é o único a trazer-lhe a luz, então ela continuará nele. O trecho “You know if you had a wing you'd be the last to know you could fly. He strokes your hair to keep you down. Will you fight?”, deixa isso muito claro. Mas se não bastasse ele dizer isso de maneira deliciosa, a canção nos engana com um silêncio repentino para logo em seguida começar a gritar “Will you fight?”. E é como se ele sacudisse essa pessoa enquanto um belo arranjo lhe serve de trilha sonora. É lindo. Não tem como não se arrepiar inteiro.
I Want the World vem quebrar a calmaria de novo. Com umas palminhas charmosas, a canção é mais promissora. Mas a irritação provocada pelo exagero nas guitarras retorcidas, ainda continua. You’ve Gotta Say Yes mantém o ritmo acelerado. Não chega a ser bacana, mas não deixa o disco cair. Prepara o terreno para Fireworks, que te gela a espinha só com a introdução de violoncelos. Falando de amor novamente Fireworks mantém a linha do engano. O personagem ainda não seu deu bem, mas de alguma maneira, isso parece não ter interferido na sua capacidade de ver a luz no fim do túnel. Ou seja, the good will out. Passemos batidos por The Last Gas, outra canção barulhenta que não diz muito a que veio, e cheguemos a That’s all changed forever, outro tratado da banda com o que existe de mais belo e comovente na arte da música.
Digamos que você tenha feito muito esforço para fazer alguma coisa dar certo e no final das contas, percebeu que nada adiantou. O personagem da canção diz que perdeu metade do que poderia ter sido quando ela se foi para o outro lado. Mas ao mesmo tempo, o sofrimento, a angústia, o medo e a tristeza não tem só uma vertente. E então um sentimento lhe desce pela garganta quando ele percebe que alguma coisa mudou, pra melhor. Quando ele percebe isso, não há mais preocupações e dúvidas. O melhor está por vir. E com um refrão arrebatador, emocionante, tocante, capaz de provocar emoções indescritíveis, dosando brilhantemente as guitarras e violinos, ele diz: Eu mudei. Pra melhor. Pra sempre. Espere até ver como eu mudei. Pra melhor. Pra sempre. E ele vai gritando isso com uma força emocional incrível. Ele se liberta. É um rasgo. Uma agressão lírica e se as suas lágrimas não escorrerem, é porque você já perdeu seu coração no meio do caminho.
O hiato chamado Now You’re Nobody tem uma letrinha pequeninha e uma imensidão de talento. E é isso mesmo. Um hiato. Um intervalo para que nos recuperemos de That’s All Changed Forever. Mas apesar de ser transitória é bela. Cheia de detalhes e delicadeza. E precisamos tentar nos expurgar das emoções anteriores, porque a canção que dá título ao disco, merece toda a nossa atenção.
Com um pianinho discreto, The Good Will Out começa. Quando o primeiro vocal vem, você já começa a se mexer na cadeira (ou na cama, ou no ônibus, ou onde estiver). Você sente que tem alguma coisa ali. Alguma coisa forte. E nosso personagem nos diz: engula o seu orgulho. É errado e eu vou te ajudar a esconder. Eu sinto sinceramente que você é muita coisa. Muita coisa ao mesmo tempo”. E subimos mais um degrau. A canção se reconfigura. Ganha nova forma. E começamos a entender que jamais saberemos o quanto ela é boa, até que venha a nova camada. E surpreendentemente, essa epifania se confirma com o que a letra quer dizer: Você não sabe o quando bem pode fazer, até ficar mal. Você só tem que ir, e o bom virá. E a canção repete esse ultimato três vezes, antes que um absurdamente comovente coro de la la la exploda no arranjo e termine de te conquistar.
O Embrace termina seu trabalho aos poucos. Abaixando calmamente. Indo embora enquanto vê você ficando pra trás. Enquanto se pergunta se você entendeu que quem cai, levanta. Que quem chora, depois ri. Que para a doença, há a cura. Que estar bem é fazer o bem. Que a mudança não vem para os que não tentam. Sai de casa. Tenta. Se revele mesmo que tenha medo. O alívio é melhor que a fuga. Saia do armário para os que te amarão mesmo assim. Vista-se como tem vontade, para os que admirarão sua individualidade. Exponha-se. A exposição te aproximará dos que te prezam. Ignore os medíocres que querem que o mundo seja igual. O prazer de ver alguém que te defende é tão bom que quase justifica o desprazer dos que te rechaçam. Lembre-se acima de tudo: para cada comentário negativo, haverá um elogio. Para cada infortúnio, virão a galope os cavaleiros da esperança. Caminhe pelas ruas iluminadas pelo Sol. E o que é bom virá ao seu encontro. O que é bom vai te seguir.
A manchete do EGo dizia:
Beldades estiveram na Barra da Tijuca nesta quarta-feira, 14.
E eu me pergunto: o que a Angela Bismarchi estava fazendo lá?
Mulher Graviola - Cheia de camadas sobrepostas.
Quem quer ver a nova tentativa de M. Night Shyamallan de sair do limbo onde se meteu desde A Dama na Água? Eu curto muito o trabalho do diretor e vou ver esse Demônio amarradão. A idéia já é ótima. Adoro esses enredos simples de características psicológicas e quando tem um pouco de sobrenatural fica ainda melhor. Cinco pessoas em um elevador: uma delas é o diabo.
O filme, com um trailler realmente animador, fará parte de uma trilogia que o diretor Shyamallan pretende defender. O filme está passando aqui na cidade vizinha e se eu conseguir ver essa próxima semana, passo por aqui pra contar o que achei.
Finalmente coloquei um tv por assinatura em casa. Tudo bem que é uma assinatura genérica, oriunda dos castelos obscuros do reino felino, mas mesmo assim, tem lá uns canaizinhos pra me distrair. Eu queria mesmo era o Viva e com muitos chuviscos, ele pega. Estou imerso em uma programação nostálgica que toma minhas madrugadas totalmente.
Mas eis que esses dias eu peguei o finalzinho de um programa lá na MTV, comandado pelo ADnet, que tinha no seu encerramento, a seguinte pérola da composição satírica:
Tenho que tirar o chapéu... O final que quase denúncia o Reyn.... é ótimo!!
E teve o Selton Mello cantando com ele uma canção de deboche às subcelebridades, mas isso eu achei pretensioso demais pra postar. Não pelo Adnet, mas pelo Selton, que tem aquela aura "sou mais artista que todo eles" que me irrita!
Eliézer, do BBB10 se caracteriza de Edward Crepúsculo para um programa de TV. E o Ego desce mais um degrau na escala decrescente da vergonha alheia.
Essa foi uma das imagens que coroaram a nossa televisão na última semana. A onda de ataques dos traficantes em arrastões pelos congestionamentos da cidade gerou uma resposta incisiva da polícia, que tomou duas das favelas mais perigosas do estado. A imagem acima é a da fuga dos traficantes, pela mata, que buscavam refúgio no Morro do Alemão.
Uma a uma, os canais de televisão aberta do país passaram os dias inteiros cobrindo a ação da polícia. O Rio de Janeiro, tomado constantemente pela ação dos traficantes, parece estar passando, finalmente, por alguma espécie de transformação. A dúvida incutida aqui deve-se a sensação de estranheza causada pela possibilidade real de que estejamos mesmo a caminho de uma erradicação ao menos notável da criminalidade. O pensamento por sí só já é bizarro. Após assistir o Tropa de Elite 2, a sensação é de que qualquer ação vai levar a uma reação em cadeia que sempre vai nos levar na direção de algum buraco.
No domingo, o clima nos programas jornalísticos era de redenção. Parecia que tínhamos acabado de ganhar uma copa do mundo. Agora, no meio de toda essa euforia de ver traficantes sendo expulsos de seu reino, a gente fica se perguntando... Pra onde eles vão? E pra onde vão todos os que estão em outros morros que serão iminentemente tomados? Sem tráfico, aumentam os roubos. E com mais roubos, mais homicídios... Não sei... Sinceramente, acho que toda essa alegria pode estar ofuscando um perigo maior que nos ronda. O do caos. Não há nada mais perigoso que bandido desesperado. Nada.
Update: Alguns dias depois de escrever esse post, a polícia aqui de Rio das Ostras fez uma operação para capturar um bandido do morro da Vila Cruzeiro que tinha vindo buscar refúgio em minha cidade. Fomos trancados aqui dentro do Teatro Popular e ouvimos tiros. A sensação é de desproteção e pânico total. Temo muito pelo que nos aguarda.