No ano passado, Sarah Jessica Parker surpreendeu o mundo com seu bom gosto ao sair de casa para a pré-estréia do filme baseado na série vestida de figurante do filme A Lenda". Eis que esse ano ela me vem com essa:
É o chapéu-monstro-de-fumaça em homenagem ao final da série Lost.
É isso aí, Sarah. Prestigie os colegas.
Olha a Sarah Jéssica "vibrando" com a estréia do filme!
Cantor fez as pazes com Beto Jamaica, com quem voltará a dividir os vocais da banda, e selecionará seis dançarinas.
Uma Sapa enrolada numa cobra.
Lost fazendo piada consigo mesma.
Se alguém tiver o link para um que seja Legendado, manda aí.
Lost
“The End”
As pessoas que passam pela sua vida, pelo menor tempo que seja, às vezes são responsáveis pelos seus momentos mais intensos. Tão intensos que você pode carregá-los para a eternidade.
Essa é a grande resposta para o final de Lost e gostem os cínicos ou não, é grandiosa, correta e está a altura da obra televisiva mais relevante das últimas décadas. Os criadores Damon Lindelof e Carlton Cuse abandonaram a necessidade de responder o imponderável e focaram nos personagens. Em suas camadas de profundidade. E nos presentearam com um final que fica pra história da TV mundial.
É isso. Kate, Sawyer, Miles, Richard (quem diria), Claire e Lapidus foram embora da ilha. Seis. Six. Hurley e Ben se tornaram (para minha surpresa absoluta) os novos guardiões da ilha e Jack, num epílogo de arrepiar a nuca, morre no mesmo bambuzal onde tudo começou. A realidade paralela era um embuste que escondia o que estava na nossa cara o tempo todo: estavam todos mortos, num plano em que a ligação deles era tão intensa que tornava necessário que se reencontrassem. Pra lembrar, rever e esquecer.
Hurley diz a Ben do lado de fora da igreja: “Você foi um grande número 2” e deixa claro para nós que a trajetória deles na ilha foi completa e bem sucedida, numa referência impressionante ao fato de que sim, eles realmente ficaram por lá, vendo os anos passarem, enquanto o mundo recebia de volta os novos Seis da Ajira Airways. A idéia dessa finitude é triste. Cortante. E genial. Tão real, e belo e cruel como são as viradas da nossa própria vida.
Eu não esperava que o meu desejo de ver alguns personagens saindo da ilha e outros ficando fosse ser atendido. Na minha cabeça, agora flutuam, numa mistura de prazer e melancolia, as versões continuativas de Kate e Sawyer chegando ao mundo como conhecemos e procurando viver suas vidas. E lembrando que lá, em algum lugar do oceano, numa ilha, estão Hurley e Ben, recebendo novos candidatos e tentando encontrar uma maneira de mandar Desmond de volta pra casa. Lá onde também jaz, sem que eles saibam, o corpo de Jack. Nessas versões, o tempo passa enquanto Sawyer, Claire e Kate tentam manter vivas as lembranças do que ficou pra trás. Ansiosos para o momento em que, um dia, Jack (que eles ainda pensam ser o eleito) vai fazer uma visita como antes Jacob fazia. Hurley tenta reconstruir a Vila Dharma e busca, junto com Ben, uma maneira de encontrar um substituto sem ter que usar dos mesmos meandros duvidosos que seu Jacob usava. E nesse futuro construído por mim, os que saíram da ilha vão envelhecendo, os que ficaram na ilha vivem novas aventuras que levarão ao novo guardião, e vão morrendo para então terem a chance de reencontrar aquelas figuras que representaram o período mais intenso de suas histórias pessoais.
Não posso expressar o quanto estou comovido com tamanha sensibilidade nesse desfecho. Muito melhor do que saber qual a origem da ilha é ver aquelas pessoas compreendendo a grandiosidade do que elas viveram. Em meia hora de episódio isso já ficou claro pra mim. Os emocionantes reencontros de Sayd e Shannon, Claire e Charlie e Sawyer e Juliet (com direito à troca do mesmo diálogo de quando ela morreu em seus braços e ele dizendo emocionado “eu te achei”), foram só alguns exemplos de que o importante era falar sobre o impacto daqueles eventos naquelas vidas. Imagina você, que tivesse vivido tamanha experiência em sua vida? Quantas vezes passamos por períodos em que nosso mundo se fecha para um grande acontecimento que vai durar alguns dias ou meses. Durante aquele período, que pode ser o seu curso, a sua faculdade, o seu tempo de colégio ou férias numa outra cidade, aquelas pessoas que te cercaram se conectaram à você de um jeito que o tempo nunca vai conseguir destituir. E vocês vão se reencontrar. E lembrar. E essa ligação terá sido tão forte que vai ultrapassar as barreiras naturais, do nosso entendimento, e refletir um universo único e especial. Para os personagens de Lost, esse evento foi um acidente de avião, quando caíram numa ilha muito estranha, cheia de enigmas e mistérios, com a missão de interferir em sua história, e pagando o preço de algumas vidas por isso.
Sinceramente, caguei para o que não foi esclarecido. Caguei para o que foi, mas nem tanto. E cagarei para os que estiverem aí reclamando que a realidade paralela não serviu pra nada. Serviu pra tudo! Serviu para tornar aqueles personagens mais críveis, ao percebermos que na morte eles tiveram as “vidas” que sempre sonharam ter e que não tiveram a chance de realizar. Pensa como reside nisso uma tristeza um pouco terna, quando pensamos que Sawyer só queria usar sua força e destreza para servir. Que Desmond precisava da aprovação do homem que importava mais do que ele pensava importar. Que Jack tinha um filho pra quem seria o melhor pai que pudesse ser e que Hurley teria muita, muita sorte. Até mesmo o destino de Kate, um dos poucos que não foi alterado dentro da realidade paralela (não para o que dizia respeito à ela própria) ou no de Ana-Lucia (que provavelmente não estava pronta para entender o que ocorreu), havia um determinado senso de tranqüilidade.
O episódio enquanto ação não ficou devendo nada pra ninguém. Um Series Finale respeitável. Com direito à ilha desmoronando, Locke-Esfumaçado numa briga histórica com Jack no alto do penhasco (que eu sempre achei a melhor locação e que estava sendo pouco explorada), o avião da Ajira decolando e atravessando a ilha ao mesmo tempo em que Jack olhava para o mesmo céu de seis anos atrás. A dimensão de Lost é tão relevante, que só de ver Elizabeth Mitchell saindo de “V” para reencontrar sua Juliet e Ian Somerhalder tirando uma folga de The Vampire Diaries para reviver seu Bonne, a gente já sabe que não estamos diante de uma série qualquer. Estamos diante de Lost. Um drama humano, que precisa ser tratado como tal, acima de tudo. Jamais me cansarei de repetir isso.
Eu, parado diante da TV, aos prantos, acabando de passar por duas horas de adrenalina e felicidade total, de súbito percebi que tudo se costura totalmente se pudermos ser capazes de compreender uma premissa única: Jamais teremos condições de desvendar todos os mistérios de um lugar que os guarde em si. Se ele for misterioso mesmo, daqueles bons, jamais poderemos. Se tivermos a chance de um dia passar algum tempo em algum lugar assim, talvez uma ou outra coisa nos possa ser desvendada, vista, entendida dentro do possível. Mas ao passo em que nossa vida for suficientemente alterada por ele a ponto de chegar a hora de partir, mesmo assim, vamos ter deixado pra trás uma infinidade de pontas soltas. Porque uma história que almeja ser contada sob o prisma mais verossímil, tem que saber que nem tudo acaba quando a porta fecha e que quando você sair, vão permanecer um monte de coisas que só os que ficaram vão desvendar. Mas mesmo assim, você se refestela pelo que viu, viveu. Não é porque a sabedoria não vem plena, que a trajetória deixa de ser fantástica. Ontem Lost fechou uma dessas portas, com um monte de coisas que não pudemos desvendar, mas também deixando como herança muita pauta, aprendizado, informação, cultura e muitas, muitas saudades do quanto era bom ver, rever... e discutir.
Gente, que coisa estranha. A Britanny Murphy morreu há cinco meses sem maiores explicações. Eis que agora, também de causas naturais, o marido dela também fez a passagem. É mole? Quando esse tipo de coisa acontece é que eu fico pensando que talvez seja em casos assim que a ficção se justifica.
Promo final e spoiler do fim: Walt is back!!
Gaga está em alta por aqui hoje. Atenção, o promo do Glee com as musicas dela está aqui. Preparem-se!
Agora ela desceu o último degrau...
Tudo bem que muita gente fica com isso na cabeça, mas literalmente assim não dá.
Gaga deixou de ser Lady.