CARROS
Uma das mais lindas animações que eu já vi.
Desconfiei no início... Não sou lá muito fã de filmes sobre carros, futebol, mulheres... essas coisas de homem... Mas peguei pro meu sobrinho ver e me apaixonei!!
Eu chorava no fim do filme, e ele ria.
Durante mais da metade do filme, ele só mais uma animação com roteiro bem construído. A Pixar está cada vez mais especialista em diálogos e piadas escondiadas para os adultos... No entanto é quando McQueen é apresentado à história da Route 66, que percebemos o quando esse filme é grandioso.
A canção de James Taylor é comovente ao extremo e a maneira como vamos sendo transportados pro universo bucólico daquela cidade é emocionante.
Destaque para as ótimas dublagens, para a ambientação de um mundo habitado só por carros (os mosquitos em forma de fusquinha é genial!!) e para as cenas de corrida.
Um grande filme. Delicioso. Daqueles que te fazem pular do sofá, chorar, rir muito... odiar o protagonista e depois amá-lo. Daqueles filmes que ficam na cabeça enquanto os créditos rolam...
ESCOLA DE ROCK
Mais um roteiro daqueles clássicos onde um sujeito politicamente incorreto acaba sendo colocado pra ensinar alunos estranhos numa escola estranha. Aqui, o diferencial está no ótimo Jack Black, que interpreta um alucinado por rock que engana uma turma de alunos que pensa que ele é o professor substituto e acabam se transformando numa banda nada convencional.
O bom do filme são as caras e bocas de Black. Em momento algum você duvida que ele é um fã doido de rock clássico. As cenas dele com Joan Cusack são hilárias (aquele queixo pontudo dela é um caso perfeito de comédia nata). O elenco infantil é ótimo e ainda por cima, formam mesmo uma banda e tocam eles mesmos os instrumentos.
Se ainda não deu vontade de ver, garanto que só o aluninho que faz o figurino da banda já vale o filme. Simplesmente imperdível!!
EM BUSCA DA TERRA DO NUNCA
Linda história do célebre autor do incrível Peter Pan, que é um dos meus personagens favoritos! Adoro a arrogância dele...
O filme tem uma interessante maneira de contar, com muita poesia e fantasia, como o Sr. Barrie obteve inspiração para escrever essa história que atravessou décadas. Perfeito pra quem é fã do personagem e pra quem escreve também. É divino ver como o autor aplica sua inspiração de acordo com o que vê e depois transporta aquilo pra sua obra.
Deep está bem, mas me encantei mais com Kate, que sempre foi uma atriz que eu admiro muito e que apesar de ter sido indicada tantas vezes, nunca foi premiada.
Os meninos que fazem os filhos dela também são ótimos e temos Radha Mitchel, que mais tarde seria conhecida por seu trabalho com Woody Allen e que está também muito bem.
Um filme muito tocante. Sobretudo nas cenas finais, quando somos, junto com a enferma personagem de Kate, brindados com a imaginação e execução esplêndidas dos mecanismos da mente de Barrie.
O DIABO VESTE PRADA
Muito se falou sobre essa adaptação e acaba que no fim das contas, esse filme só respira bem por causa de Meryl Streep.
Odeio admitir isso. Não gosto de elogiar esses "atores infalíveis" e ela já está na minha lista negra (encabeçada pelo Jack Nicholson).
No entanto, a fraca adaptação feita por uma roteirista deslumbrada com os poderes de hollywood, desbanca o tempo todo pra humanização clichê e perdemos a chance de ver uma Miranda Priestly realmente má e irredimível, o que a aproximaria muito mais da realidade.
A história á daquelas que prendem a atenção e você não vai se chatear. Ficamos logo querendo ver a mocinha humilhada dar a volta por cima. E é uma pena que ela também não tenha sido respeitada na adaptação e tenha se tornado uma boba.
O filme vale também pela assistente número um de Miranda, que é ótima, e pela cena em que "Nova Emily" (como Miranda chama todas as suas assistentes) tem que conseguir o manuscrito do último livro de Harry Potter.
É um filme legal...
A DAMA NA ÁGUA
Shyamallan injustiçado mais uma vez.
Assim como seus outros filmes não eram assistidos da perspectiva adequada, esse não fica atrás.
Tentando livrar-se do estigma de "diretor surpreedente", o cara filma essa pequena obra prima da fantasia.
Nem vamos falar das perfeições técnicas ou dos enquadramentos esplêndidos que ele faz. A história da bela ninfa é de dar um nó na garganta e eu fiquei sob efeito dela por longos minutos depois de assistir.
Se eu fosse simplificar, diria que trata-se de um edifício aberrante, com moradores esquisitos e zelado por um homem confuso. E que recebe a inusitada visita de uma figura mitológica que no meio de tantas diferenças, unifica um propósito.
É lindo perceber que nenhum dos personagens duvida do zelador quando ele conta a história da ninfa. É como se Shyamallan fizesse um tributo à diversidade e disesse: "aqueles que não acreditam na diferença, esquecem que os diferentes podem abrir melhor o coração". E com isso, de uma maneira torpe e subjetiva, conduz o espectador pra um desfile de cenas lindas e de percepções muito sutis e particulares.
É comovente a cena em que a ninfa está sentada no box de um chuveiro e é traduzida pela irmã do personagem escritor para os outros personagens, parados à porta.
É lindo ver como o diretor sintetiza todas as suas crenças, todas as suas mágoas e toda a sua magia no momento em que Story unifica aquelas pessoas e segue em sua águia numa cena que me arrebatou completamente.
Sem falar na voz de Josh Groban no teaser trailler e na hilária japonesa que conta a lenda pro protagonista.
Adoro Shyamallan!
ABISMO DO MEDO
Confesso, peguei só por causa do pôster inspirado!
No entanto, o pôster inspirado indicava, felizmente, um bom filme de terror, como há muito tempo eu não via.
Não dá pra contar muito. Devo apenas pedir que quem assista, não desista nos primeiros trinta minutos. Quando o filme começa a acontecer, é de tirar o fôlego!
A caverna é horripilante e os acompanhantes são mais ainda. E o final.... bem o final é melhor do que muitos roteiristas mais célebres puderam escrever.
TRANSAMÉRICA
Felicity Huffman: Perfeita
Kevin Zegers: Ótimo
Direção: Melhor, impossível
Não há nada que se possa dizer desse filme soberbo. Tem que assistir! E merece uma crítica única (que pretendo fazer em breve).
A cena em que o jovem se declara à Bree é de uma sensibilidade e genialismo que parte o coração.
Inesquecível.
SUPERMAN - RETURNS
O retorno do homem de aço às telas não foi alardeado como o esperado. Mas pelo menos pra mim, grande fã do herói, tambén não decepcionou.
O sensível Brandon Routh não é nenhum veterano, mas cumpre bem sua função de representar o Superman mais humano que Brian Singer queria mostrar.
Há algumas sequências inspiradas, como a do avião sendo pousado no meio de um campo de baseball. A sequência do continente criado por Lex emergindo do meio do oceano também é muito boa e sem dúvida, a do Superman caindo do meio do espaço e entrando em coma (!), já vale o ingresso só pelo nonsense.
Kevin Spacey é outro acerto e o menino que faz o filho de Lois é muito simpático e correto. Já ela, ou melhor, sua intérprete, deixa muito a desejar. É a Lois mais frágil, tola e imatura que já foi feita ao longo dos anos. Até a menos hollywoodiana atriz que a interpreta na série Smallville captou melhor a mensagem.
Bom filme. Chorei mesmo... Adoro ver aquela fantasia acontecer diante dos meus olhos.
REI ARTHUR
Bobagem mercadológica que tinha a pretensão de contar a "verdadeira" história da lenda. Se não fosse a beleza do Clive Owen, a fotografia belíssima e a cena do lago congelado, seria risível!
A RAZÃO DO MEU AFETO
A melhor comédia romântica que eu já vi.
Foi comentada muito mais por ser uma das primeiras incurssões da friend Jennifer Aniston nol cinema do que por qualquer outra coisa. Ela, apesar de estar bem, é o mínimo do filme.
Roteiro sensível, politicamente incorreto com ótimos atores e direção precisa.
Paul Rudd está adorável e a família da personagem de Aniston (com destaque para Alisson Janney, ex-West Wing) é hilária.
Passeamos lindamente por várias emoções e o principal, não há a saída mercenária de fazer a mocinha ficar com o gay só porque a audiência gostaria disso.
Um ótimo filme.
Em dado momento, a personagem de Aniston trava um diálogo com o velho professor que proteje o namorado do personagem de Rudd, por quem Aniston é apaixonada. Só esse momento, em tudo que ele tem de emblemático (ele protejendo um rapaz que deseja e esse rapaz apaixonado pelo homem que ela ama) é delicioso.
O GRITO 2
Depois que a história se explica, é hora de brincar com a mitologia criada.
O japa que dirige essa sequência de "O Grito", só namora com esse conceito e decide remanipular as vertentes desse filme de fantasmas japoneses cabeludos.
A coisa boa do filme sempre foi a plástica. Mesmo no primeiro. Nada de sustos fáceis e sangue jorrando. Bastava um garoto pintado de azul sentado no canto de uma escada que o suspense já estava feito. Na sequência, ele repete a dose e consegue uns momentos até muito bons.
A essa altura, aquele monte de cabelo e olhos arregalados dos fantasmas já estão caricatos e cômicos. Viraram piada pronta. Mesmo assim, o japa reconduz sua história e quando decide trimendisioná-la, acerta e prende a nossa atenção.
Três história acontecem simultâneamente, mas é só quando percebemos que elas não acontecem na mesma linha temporal, que o roteiro ganha pontos.
Há os clichês de sempre: Karen ao invés de correr pra saída do hospital, corre pro teto. Ao invés de todo mundo fugir da tal casa que tem a maldição, todo mundo corre pra ela... Essas coisas...
Mas a ramificação do conceito (a maldição não escolhe vítimas, ela pega quem ultrapassa seu caminho) é muito enriquecedora. E tem a cena em que a colegial recebe a visita das amigas amaldiçoadas... quando a câmera sobe e vemos a orientadora delas se transformando naquela coisa, dá mesmo vontade de gritar!
COMO FAZER UM FILME DE AMOR
Idéia boa, realização ruim.
Eu adoro filme de paródia. E quando soube de uma produção brasileira que brincaria com os clichês dos filmes românticos, adorei! Ainda mais tendo a Marisa Orth no elenco como uma vilã.
No entando, o filme ameaça mas não engrena. Dá sono.
A narração do Paulo José é um terrível erro! Sem time e sem brilho. Arrasta o filme e detona qualquer possibilidade de charme.
Falta ritmo nas cenas e a dinâmica é zero! Tem momentos engraçados e piadas bem sacadas, mas isso não salva o filme da mesmice.
A cena da cantoria na rua é sofrível!
O melhor mesmo é Marisa Orth tirando sarro de tudo.
MUITO GELO E DOIS DEDOS D'ÁGUA
Era uma vez Roberta e a irmã querendo se vingar... da avó! Sequestrada, a velha passa por torturas incríveis pra se redimir do ódio das netas.
A premissa é ótima, mas pena que fica só na premissa.
Adoro a Fernanda Young (roteirista) e o filme é cheio de recorrências dela: referências, paródias, humor negro... Sem dúvida eu ia me deliciar.
Empolgado com a idéia, segui acompanhando a loucura toda. Fernanda estava dividida em duas: a porção rebelde que se auto-destrói (Mariana Ximenes) e a porção rebelde que se maquia em nome da sociabilização necessária pra viver (Paloma Duarte). O engraçado é que em ambos os casos, as porções se apaixonam por certinhos caretas. É Fernanda assumindo suas contradições.
Infelizmente, o sadismo e a crítica perdem lugar para o sentimentalismo desnecessário e o filme se perde pelo caminho. Há uma inexplicável sequência "a-lá Trapalhões" em que Tiago Lacerda é perseguido por um cão furioso e outro inexplicável descaso dos autores com Laura Cardoso.
Quando o filme começa, com Roberta quebrando um elefante de porcelana na cabeça da vó, você pensa: vem coisa quente. Mas a bela proposta se confunde com a vontade de Fernanda e Alexandre de fazer um "filme de amor".
Daniel Filho parece um diretor recém saído da faculdade: dá um show de recursos de imagem que poucas vezes acrescentam alguma coisa.
A trilha sonora é muito eclética. Vai desde "Live" (quase morri quando ouvi) à "Rosana".
Como sempre, uma homenagem de Fernanda e Alexandre a tudo que os influenciou durante a vida, numa estranha valorização que os dois insistem em dar ao passado.
OS IRMÃOS GRIMM
Quer saber como teriam surgido as inspirações pra criar as principais histórias de conto de fadas da nossa história? Assistam esse filme!
Além de belas imagens, ele só serve pra isso mesmo!
Em tempo: a cena da bolota de lama com os olhos de uma menininha é muito boa!
ESPÍRITOS - A MORTE ESTÁ AO SEU LADO
Outro terror asiático com fantasmas cabeludos!
O diferencial deste é o tema: fotografias.
Partindo da premissa de que aquelas fotos que revelam espíritos é verdadeira, criou-se um filme honesto, direto e que dá até medo.
Tirando as cenas com os tufos de cabelo que lembram muito "O Grito" (a estrutura dos fantasmas é a mesma: de cor azulada, rastejantes, cabeludos e atrofiados), as aparições nas fotografias superam a ação em sí.
Destaque para o final surpreendente mesmo!! E assustador!! E cruel.... A-lá "Chave Mestra".
CAPOTE
Eu li a biografia do cara! Ótima, por sinal. Tenho até um certo orgulho de ter lido antes de ver o filme. Gerald Clarke escreve com muito empenho e delicadeza e prende até o fim das quase mil páginas.
"Capote" é bom pra quem não leu o livro.
Pra mim, a parte que explica os acontecimentos envolvendo a criação de "A Sangue Frio", não é a melhor e o filme, infelizmente, o filme trata apenas disso. A incrível, ególatra e egoísta personalidade de Capote é mais sugerida do que retratada.
Philip está bem, mas nada inacreditável. A direção é correta, mas o filme não tem clímax e no fim das contas, tudo que aconteceu depois do livro (com Trumam flutuando entre elogios e vaidades) é muito mais interessante.
Soube que temos mais um filme tratando do mesmíssimo tema prestes a chegar a telona. Vamos esperar...
BOA NOITE E BOA SORTE
Pra quem adora política: ótimo.
Um competente filme. Tecnicamente e históricamente.
No entanto, apenas isso.
ORGULHO E PRECONCEITO
Delicioso!
Direção, fotografia, elenco, roteiro... Tudo correto e interessante. Nada fantástico, mas encantador.
A história já é ótima pra fisgar: moça desajeitada é desejada por nobre. Temos muitos diálogos mordazes entre os protagonistas, que no início, é claro, se odeiam. Temos uma heroína disposta a sacrifícios e um herói manipulado por uma família má...
Enfim, os clichês só não gritam porque tudo é feito com extrema competência.
Ótimo filme.
VÔO 93
Só há uma coisa a dizer sobre esse filme: arrebatador.
Eu não sabia se o que eu sentia era um frio na espinha ou um calafrio de pavor.
O realismo é imenso. E saber que tudo aquilo aconteceu de verdade... aquelas pessoas ligando pra casa de tempos em tempos minutos antes de morrer... é tão desconcertante. Faz tudo parecer tão pequeno..
O filme superou as minhas expectativas. A cena do fazendeiro saindo do celeiro e vendo o avião passar baixinho nos arredores de sua casa é emblemática.
Há uma cena entre um passageiro e uma controladora rezando um Pai Nosso que seria perfeitamente dispensável, mas não chega a comprometer o filme.
Paul Greengrass, que foi indicado ao Oscar, conduziu tudo com muita competência e o que vemos é um retrato contundente sobre o que aconteceu naquele dia absurdo.