Sexta-feira, 25 de Agosto de 2006

Efeito de Confortabilidade - Esboço

Bichices nos meus mais triviais gestos de emoção...

Dobrado Por Henrique Haddefinir às 16:10
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Quinta-feira, 24 de Agosto de 2006

O carteiro

Nunca houve alguém que eu amasse tanto.
Nunca houve pessoa que eu quisesse mais fazer feliz do que você. E acredito que você também me ame mais do que amou qualquer pessoa e sei que me provou isso com todos os seus sacrifícios pra estarmos juntos.
Mas acho que estar junto não é o limite para a conquista e ninguém se sente carente ou faz cobranças, se não tiver alguma razão pra isso. Ela pode não ser clara pra você, mas existe.
No entanto, acho que nenhum relacionamento suporta cobranças, por mais que elas façam sentido, e acho que está na hora de fazer calar as vozes que justificam as minhas razões.
Se meu jeito hiper problemático de lidar com as minhas emoções é um obstáculo pra natureza prática que rodeia as boas relações, acho que é hora de um exame de consciência pra mudar isso. Suprimir essas fragilidades afeminadas e esse desejo de atenção infantil, e fazer algo de bom pelo nosso amor e pela minha mente atribulada.
Tenho consciência das minhas falhas e exageros... mas sinto saudades do tempo em que elas eram charmosas pra você. Sinto falta do tempo em que você me amava "também por isso" e não "apesar disso".
Não me interprete mal. Como se eu estivesse exigindo de você uma postura submissa. Diálogos pra mim não são feitos pra convencer os outros de algo, mas sim pra servir de voz pro que o outro tem a dizer.
Não concorde com o que eu sinto. Mas ao menos aceite que eu tenho minhas razões pra sentir. Eu mesmo estou me submetendo a admitir que está se tornando difícil conviver com as minhas constantes inseguranças regadas de conversas longas, lacrimosas e analíticas. E estou admitindo que isso pode causar desconforto em você.
Mas eu sou um animal sentimental, e não posso evitar ainda que eu seja um catalisador de sensações tão grande.
Não posso garantir, mas vou tentar.
Tenho sim, uma necessidade grande de atenção e como é característico dos artistas, sou dado ao dramático de um jeito mais acentuado que com os outros.
Mas sinto saudade do tempo em que não precisava ter medo de me mostrar pra você. Medo de ser bobo, infantil, mimado ou romântico. Porque você seria capaz de me ver por dentro e me perceber como mais ninguém.
Admito que chega uma hora em que cansa alimentar as vaidades e carências de alguém tão necessitado de atenção.
E compreendo você por isso.
Assim como se faz com as crianças, o beicinho na hora da raiva não pode impedir que a criança perceba que está errado e que precisa mudar. E o que está acontecendo agora é isso: eu continuo fazendo beicinho, mas você começou a me confrontar.
Então prometo que a era da pirraça vai passar.
Ás vezes acho que reconheço meus erros muito mais do que você. Mas também sei que isso é o que todo mundo pensa de sí mesmo.
Te amo com todas as forças do meu coração.
E o que está acontecendo é que eu fico tão preocupado em fazer essa relação dar certo, que não quero deixar nenhuma aresta pra aparar depois, nada pra dizer depois e nenhuma sensação calada por dentro de mim, por mais boba e insensata que ela seja.
Mas estou metendo os pés pelas mãos na minha ansiedade.
E não está mais dando certo falar sobre tudo.
Nada vai mudar quanto ao que sinto por você.
Te amo e te amo tanto que chega dói!
Deus sabe o quanto tenho dobrado meus joelhos pedindo a racionalidade que perdi quando comecei a amar você.
Quero fazer dar certo, Meu Rei.
Te amo demais pra poder viver sem você.

Um beijo.
Perdão,
Henrique.

Dobrado Por Henrique Haddefinir às 17:00
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Sábado, 19 de Agosto de 2006

Efeito Nanda


Eu não sou muito fã do Zeca Baleiro...
Mas coincidentemente eu ouvi hoje um trecho de uma canção em que naquela voz bêbada, ele dizia “ando tão a flor da pele que qualquer beijo de novela me faz chorar”... Aí depois vinha a Gal Costa cantando pelo umbigo e deixava a música até bem bonita.
Lógico que eu começar o post falando disso tem um link óbvio com a foto que vocês podem ver logo acima.
Fernanda Vasconcellos imortaliza-se como a trágica Nanda.
Manoel Carlos.
Beijo de Novela que me faz chorar.
Fernanda Vasconcellos.
Nanda trágica.
Morte de novela que me faz chorar...
Associação de idéias engatilhada pelo Zeca Baleiro e a cantora de umbigo, Gal Costa.
 
Esses últimos dias foram tomados pela imprensa discutindo: A conspiração em torno de Fidel. A violência em São Paulo. Os lucros recordes dos bancos nacionais. A filha lésbica da Gretchen e... A morte da Nanda, em “Páginas da Vida”.
Eu gosto de novela.
Adoro! E isso não é segredo pra ninguém.
E pra todo bom cidadão que lida com arte e se dá ao privilégio de gostar de novela, O Maneco está aí pra nos presentear.
Adoro Manoel Carlos! Adoro sua sensibilidade, inteligência e teatralidade.
E adoro a maneira como ele me submete à emoção.
 
Pararam todos pra ver a pobre da menina rejeitada pela mãe e pelo namorado, que morria como uma indigente e deixava os filhos ao léu.
No entanto, mais do que isso, pararam todos pra ver como uma história simples pode ser eficiente se bem conduzida e planejada.
Novela no Brasil, às vezes é uma piada!
Se na Record existe um modelo “pirata” pro padrão Globo de qualidade, no SBT é pior e a única coisa que resta é uma bolorenta programação de novelas mexicanas e suas cópias brasileiras mal realizadas.
Até mesmo a Globo, afoita por uma colocação dramatúrgica inalcançável, se atropela nos próprios conceitos e insiste em manter empregados autores falidos como Antonio Calmon ou Sílvio de Abreu.
Aí saiu uma notícia de jornal que dizia que o Manoel Carlos sempre joga com o mesmo time e com a mesma estratégia, e por isso ganha. Nada que não seja feito pelo casting de autores da emissora, que repetem suas fórmulas de modo às vezes desafiador (vide Walcyr Carrasco). Mas que carecem, claramente, do mesmo conhecimento textual e panorâmico de Manoel Carlos, que apesar de ter como matéria prima os mesmos conflitos novelescos de praxe, possui uma capacidade admirável de polir seus personagens de acordo com a sociedade anônima que nos cerca e que é tão rica em ação e verbo.
E se os vilões de Calmon ou Aguinaldo se sustentam pelas ações maléficas e “disneynianas”, os de Maneco possuem a mesma motivação egocêntrica, porém, com o adorno da palavra, que por vezes em trabalhos de Manoel Carlos, fere e impressiona muito mais.
Quantas mães já não rejeitaram suas filhas grávidas?
E quantas novelas já não retrataram isso?
No entanto, quantas personagens como a Marta fizeram isso com uma eloqüência tão cruel e realista? E que só pode ser autêntica, visto que a reação pública é indignada e surpresa.
E pra que se obtenha esse resultado, não há o que fazer senão planejar! Cada passo, cada palavra e gesto, que como na vida real, te conduz pra determinados desfechos. E que diferente das tramas que mudam de roupas e destinos ao bel prazer de seus autores inseguros, vão preparando o espectador pra um caminho único que tem natureza óbvia, mas imensamente coerente.
 
E hoje, plugado no Globo Media Center, assistindo novamente às cenas que contavam de maneira fragmentada, a história da Nanda de Fernanda, eu não pude deixar de sentir um pesar quase real pela história daquela pessoa. Que como na vida “real”, teve cada passo, cada palavra e gesto, levando-a àquele destino único. Aonde cada e toda cena, iam preparando o que ela era e fazia pro momento em que sua vida chegaria ao fim (como tantas outras vidas chegam), deixando uma herança póstuma (como tantos deixam), para que outras vidas amadureçam (como tantas outras amadurecem).
 
Nem sei o que me levou a querer escrever um post que começa falando de Zeca Baleiro, pra falar de novela e Manoel Carlos. É porque o troço me emociona mesmo! E como ator e artista, não posso fechar os olhos pra natureza sensível e poética da novela. Pra natureza trágica e profundamente triste da personagem da Fernanda Vasconcellos. Uma menina que foi atrás de um sonho, tropeçou e precisou reconfigurar suas expectativas e voltar a sonhar de novo. Que mesmo diante de comportamentos tão deturpados como o de sua mãe, tentou preservar alguma doçura a oferecer aos seres que gerava e oferecia ao mundo. Uma pessoa com uma história nada original, que com o advento da ficção, pôde desfrutar de um lirismo visual e sonoro que transformou sua história em beleza. Como tantos gostaríamos de fazer...
Não sei se por ela, pela novela, pelo autor ou se pela flor da pele cantada pelo Baleiro e sua parceira de voz de umbigo. Mas alguma inspiração suave passou por mim diante daquelas cenas bravias. Algo belo e triste tomou conta do meu coração. Provocando aquela sensação infantil de choro magoado. Como acontece quando vemos o mesmo filme várias vezes, mesmo sabendo que vamos chorar. Aquele choro bem-vindo de homenagem ao belo.
Talvez seja só porque vejo a personagem abraçada aos filhos na foto logo depois do parto e penso, “ela nem sabe que vai morrer daqui há minutos”... “e ela podia ser eu, ou qualquer um”.
Ou seja o artefato habitual do drama que me possui mesmo numa novela brasileira subestimada.
O fato é que há um efeito de pesar. Um grande pesar. E que causa admiração. Uma grande admiração.
Por ter a chance de poder ver coisas que preservem a capacidade de se maravilhar. Uma tela. Uma canção. Uma imagem ou palavra.
Ou talvez seja só porque ao ouvir a personagem dizer: “... doutora, você salvou meus filhos, por favor me ajuda, me salva também...”... eu senti vontade de chorar. Só isso. Pela tristeza dela. Sem vergonha.
Por pensar: “podia ser diferente”. Mas não é. Como na nossa vida, não é.

Dobrado Por Henrique Haddefinir às 19:10
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Sexta-feira, 18 de Agosto de 2006

E.C.T

Ostra's Creek, 01 de Junho de 2006

 

Oi Carmem!!

 

           Nota de cabeçalho: tá, eu sei que tentar falar sobre o nível de distância entre nós é bobagem. Mas também seria bobagem ignorar que não dá pra deixar as coisas se perderem pelo caminho sem um único e inútil protesto!!!

 

            E essa carta é um grande e desesperado protesto!

            Volta e meia, no meio das atribulações do meu dia, eu me surpreendo com você passeando pelos meus pensamentos e reanimando o meu senso de obrigação. Escrever pra Carmem, escrever pra Carmem.... Um mantra confuso que não recebe resposta, mas também não se anula. E cá estou!  Tentando mais uma vez.

             E é tudo tão engraçado... São tantas as transformações e tantos os caminhos que deveriam ser listados pra ti, que eu sinceramente não saberia por onde começar e mesmo, se deveria começar.

             Ficou tudo tão velho...

             E novamente fico diante de uma contradição: o meu novo que torna-se velho e por ventura, inútil.

             O que eu poderia te dizer?

             O que eu poderia te contar?

             Eu podia ser pragmático... Ok, então tá, vamos lá... Dividir toda a minha vida nos últimos meses em tópicos. Seria bacana? Não sei... A utilidade disso tudo me soaria fosca. Antes, naqueles tempos em que nossas vidas eram emaranhados de lágrimas e folhas de papel escrito, os meus problemas ou transformações seriam captados por você e discutidos em interessantes teorias comportamentais. Mas hoje... Hoje eu não sei. Falar de como minha cabeça e coração andam se comportando talvez configurasse um sintoma da minha adolescência tardia que insiste em se manter vivo. A mesma adolescência tardia que ainda escreve em diários ( www.mybends.blogspot.com), assiste "Dawson's Creek" como se ele fosse a resposta pra tudo e se apaixona com a ilusão comprada de que o amor será eterno.

             Não tenho mais jeito não... Você percebeu? Percebeu? Cadê a escala evolucionária da qual as pessoas falam? Escrevi trinta e três linhas (o computador torna as contagens tão acessíveis) até agora e em nenhuma delas eu julgo ser possível encontrar (pra quem não tem notícias minhas há algum tempo), um pouco de e-vo-lu-ção.

             Evolução? Mas eu evoluí!

             Tenho certeza que evoluí.

             Talvez tenha perdido um pouco de gentileza, visto que até agora eu não perguntei como você está (e seria uma maneira menos neurótica de começar a carta) . Mas evoluí. No entanto, como seria possível tornar isso perceptível à você?

             Acho que não tem jeito...

             Até porque, foi só olhar pro teclado pra começar a escrever essa carta e todas as minhas sinapses começaram um árduo trabalho de transpor em palavras o meu constante desejo de ressuscitar comportamentos obsoletos. Quais? Maldita/bendita mania que eu trago de romantizar o passado anulando o presente.

              Visto isso, o que seria maduro fazer?

              Somos pessoas maduras, não somos?

              Vamos esquecer as suas cartas de sagacidade e as minha outras de melancolia, e partir pra uma relação atual de maturidade e força.

               Ok. Você fala da sua vida de casada e mãe de família (evolução considerável – independente dos caminhos negativos ou não – alcançada por alguém que tinha tão poucas perspectivas disso) e eu falo da minha suposta estacionada na cartilha das experiências itinerantes.

                Parece bacana?

               Eu me contentaria. Embora o tom da sua última carta ter-me feito pensar que não está sendo divertido pra você. Mas eu gostaria, de pelo menos desse jeito torto, continuar fazendo parte dos seus dias.

               A amizade é possível existir quando os interlocutores não são aptos a trocar?

               Talvez não. E na dúvida, seria legal tratar pra que houvesse alguma troca entre nós e dessa maneira, eu chego à conclusão de que uma boa maneira de configurar essa carta seria acabar mesmo me utilizando dos tópicos mais importantes do que vem acontecendo, a título de informação é ótimo, e sem dúvida, ressuscitar alguma poesia do que era nossa relação nos "anos incríveis".

               Vamos lá, então:

 Tópico um: Trabalho.

               Continuo trabalhando no teatro e tentando fazer teatro. Continuo achando que sou um ator medíocre e um escritor fraudulento, mas insisto na ilusão.

 Tópico dois: Família.

                O próximo tópico explica melhor esse.

Tópico Mais Importante: Amor.

                Encontrei!!!!!!! Isso mesmo, encontrei!!!! (agora seria bacana se você desse um grito ou soltasse um espasmo, sei lá... melhor mesmo seria você desmaiar). Estou apaixonado e sendo correspondido. Após um infindável momento em que o complexo de rejeição parecia ter me afogado num oceano de lamúrias, eu renasci com a chance de viver um amor correspondido. Claro que estamos falando de mim, e como base principal da minha existência no mundo, tinha que ter uma complicação. A complicação é: ele é casado. Mas pra espanto das minhas perspectivas, estamos a um passo de ficarmos juntos pra valer. Se isso é bom? Tá, eu me borro só de pensar na responsabilidade de uma relação concreta, sem aquele tom de impossível que me protegia da ação da circunstância. Mas eu quero.

                E essa relação, além de ter recuperado um pouco da minha auto-estima, também me trouxe muitas alegrias. Tive finalmente uma conversa com minha mãe e ela não só me aceitou como aceitou o Gustavo (o cara!) e estamos tendo nosso namoro abençoado e acompanhado de perto por ela.

Tópico Fútil: Eu.

               Três coisas que me fazem lembrar você: Dawson"s Creek, Will & Grace e Rick Astley.  Você sabe que não cansarei nunca de te agradecer por, além de ser uma amiga preciosa, alimentar minhas paixões desvairadas por essa cultura americana oca e ingrata (ao olhos de quem se incomoda com isso, diga-se de passagem).

               O trabalho e o bom senso (ou não), me proporcionaram certos luxos e de uns tempos pra cá eu comecei o meu galgar aos domínios da tecnologia digital. Convencido e conformado com o fim do VHS na história da humanidade, aposentei o vídeo e comprei um DVD. Junto com ele, comecei o início da loucura e já adquiri quatro temporadas do Creek!! Estou prestes a comprar mais uma. Também já comprei uma de Will & Grace. E vou te falar Carmem: nem o tempo e o lapidar do senso crítico me fazem gostar menos do que vejo!!! Os próximos da lista são os boxes do Arquivo X (muito caros!!!). Sem falar, é claro, nas adjacências do núcleo televisivo, que são algumas séries da HBO que eu também pretendo comprar ( six feet under, Carnivále e Sopranos são incríveis) e outras que podem ser consideradas filhas do X-Files, como Lost e The 4400.

                Junto a isso estão ainda a loucura musical (sem novos nomes marcantes). E literária (continuo louco por Harry Potter, adorando a série nova do King e tentando ser mais cult, lendo coisas como Mann e Wolf. Até li a minha primeira biografia: Capote. Ótima, aliás).

                Em suma, continuo o mesmo.

                No fim das contas, muita coisa tem acontecido o tempo todo. E existem muitas dessas coisas que eu gostaria de ter compartilhado com você. Impressões sobre o mundo que eu tenho certeza que valeria a pena dividir contigo. Você pode não acreditar Carmem, mas você é uma grande amiga, uma das melhores que já fiz, e nunca me esqueço de você. Posso esquecer de mandar um cartão no dia do seu aniversário (não esqueço o dia, isso eu garanto). Posso esquecer de enviar um presente pro Bruno no aniversário dele. Posso esquecer de ser ligeiro na resposta. Mas nunca esqueço de você!! Nunca!

                E sei que parece loucura deixar pro final as perguntas de praxe, mas mesmo assim, me diga como você está. Se o ritmo louco já te deu uma folga. Se teu casamento está bacana. Se o filhão já começou a te fazer colher as constatações da maternidade. Me conta tudo! Me manda uma complexa análise da sua vida ou simplesmente um relato fragmentado das suas atividades diárias.   Prometo que estarei aqui.

                Não se esquece da gente. Não podemos nos viver mais como antes... Mas façamos um esforço por nós dois.

 

                                       Um grande beijo pra todos aí e estou esperando sua resposta.

                                                                                            Saudades, Henrique.

 

" Todo amor é natural e belo se for parte da natureza de uma pessoa. Só um hipócrita responsabilizaria um homem pelo que ele ama" Capote

Dobrado Por Henrique Haddefinir às 18:07
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Quarta-feira, 16 de Agosto de 2006

Nosso Festival

Dobrado Por Henrique Haddefinir às 18:15
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Sábado, 12 de Agosto de 2006

Novo Domínio das Dobras

Aqui está o novo cenário das minhas dobras
Estou me sentindo...:
Dobrado Por Henrique Haddefinir às 21:57
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Segunda-feira, 7 de Agosto de 2006

Errata do Amor


Acabei de ligar pro Gustavo pela sétima vez hoje!!
Nas duas primeiras ele não atendeu porque não podia. Na terceira, eu já estava suscetível a me irritar com ele. Na quarta e quinta vez eu inventei pretextos pra ligar de novo. Na sexta eu sinalizei que algo estava errado comigo e diante da indiferença dele (porque havia muita gente perto), na sétima eu explodi numa análise da minha tristeza que provocou o pior do que se esperar do namorado: o riso.
Desliguei o telefone fulo da vida!!!!
Por mim, no meu ímpeto incontrolóvel de enamorado inseguro, eu teria ligado mais o dobro de vezes só pra ficar falando de como me sentia e de como aquela atitude blasé dele me irritava. De como me magoava que ele não se preocupasse em me acalmar e me garantir que estaria tudo bem com as melhores palavras e frases que pudesse encontrar. De como me feria que eu estivesse ali, como um apaixonado burro e repetitivo, expressando toda a minha preocupação e angústia, e que ele estivesse fazendo comentários absurdos que em nada condiziam com meu estado lastimável de agonia, somente porque (ou não somente) havia pessoas em volta que poderiam especular a natureza daqueles telefonemas.
Como aconteceu:
Henrique liga, ansioso, preocupado e cheio de medo. No dia anterior ele teve outra crise de choro provocada por sua insegurança grotesca e pra consolá-lo, Gustavo leva-o pra cama e consegue com isso, agravar sua impertinente crise renal. Henrique sente-se culpado e apesar de fazer tudo que pode, só consegue temer e chorar. E quanto mais Gustavo se mostra seguro e sereno das circunstâncias, mais Henrique se desespera, com medo de que o seu grande amor descubra que ele é um poço de psicologismos baratos e em plena atividade. E fuja.
Daí Henrique liga, várias vezes, está muito aflito. E em todas as vezes que liga, Gustavo fala com ele no alto daquela sua condição formal e indiferente. Henrique nota que vai sentir-se pior do que estava antes. E insiste. Gustavo então expressa seu nervosismo em ser pego "naquela situação", rindo. Por mais que ninguém possa saber com quem ele fala ao telefone, mesmo assim ele trata Henrique como um "conhecido". E a diferença de tons entre a conversa dos dois é grande... A enormidade de expressões sem conteúdo é alta da parte de Gustavo... E cada vez que um "Eu te amo. Tô te esperando", é respondida com um "Então tá", é como se Henrique sentisse um prego sendo cravado no seu peito complicado.

Como Henrique gostaria que acontecesse:
Gustavo viaja pra resolver problemas. Percebe que Henrique está um pouco mais choroso do que costuma ser.Percebe que mesmo que Henrique entenda suas razões, ele está sofrendo um pouco mais que de costume. Durante o dia, Henrique tentou ligar algumas vezes e não conseguiu falar. Gustavo sabe que ele está se sentindo culpado e que toda vez que ele chora muito, depois fica apavorado, com medo de ser julgado como fraco e infantil. Da próxima vez que liga, conseguem falar e Gustavo ainda não pode falar totalmente como gostaria, porque ainda está na casa da ex-mulher e não quer ser indelicado. Henrique entende isso. Quando Henrique liga novamente, Gustavo ainda não sabe exatemente porque ele está tão aflito, mas tenta parecer amável e garantir que tudo está bem. Diz algumas coisas que tranquilizam Henrique e demonstra sua vontade de que continuem falando ao telefone até não poder mais. Comenta que tem gente em volta, mas que não está nem aí pra cara de apaixonado que está fazendo enquanto fala. Gustavo não quer falar de assuntos práticos. Sabe que está sendo muito amado e só quer garantir a Henrique que ele nada tem a temer. E que leva sua angústia muito a sério. Ainda não a entende bem (garante que vão conversar assim que chegar), mas que a respeita e que não a considera uma falha.
Henrique desliga depois de os dois dizerem algumas bobagens que casais dizem. Gustavo liga de novo inesperadamente pra dizer que o ama muito. Henrique desliga se sentindo muito melhor.

Mas... Não é exatemente assim que acontece. E mesmo que o lado racional da vida garanta que não devemos esperar das pessoas um mesmo tom ou medida que nós mesmos temos, é muito difícil pra Henrique evitar que seu lado dramático (tão chato e maçante) venha à tona.
O resultado é uma breve fúria. Substituída (em se tratando de Henrique), imediatamente por um total pavor de que Gustavo pense: "Esse garoto é maluco e eu tô começando a achar que entrei numa furada".
Por outro lado, há uma outra parte da consciência de Henrique que diz: "Esse tipo de coisa é normal... Super normal. Entre casais é assim mesmo". E uma outra parte que diz: "Seja menos dramático, mais prático, menos romântico e meloso... Retorne ao controle que você perdeu e pare de implorar atenção".
Henrique tem pavor de virar um zumbi do amor. Precisa aprender com Gustavo a amar sem precisar publicar erratas toda semana. Porque no fim das contas, é quase sempre ele que mete os pés pelas mãos.
Henrique não sabe sufocar sua mania de querer conversar sobre tudo e expressar sempre as coisas que se passam em seu coração. Não sabe ignorar coisas. Tem sempre que falar sobre elas o tempo todo. E toda vez que põe isso em prática, sente-se um chato de galocha que só serve pra azucrinar a vida de Gustavo. Até porque, numa estatística fria, Henrique ganha desparado nas"conversas sérias" que os dois tem.
Sabe que Gustavo, mesmo que tenha percebido como Henrique ficou aborrecido, não vai sofrer com isso e dificilmente vai ligar de volta pra se explicar. Sabe que Gustavo vai guardar aquela nota num lado do cérebro e continuar seus compromissos até que precisem falar disso no seu retorno iminente. Gustavo sabe esperar. Gustavo consegue conviver com perguntas sem resposta imediata ou mal entendidos não desfeitos. E Henrique sabe que isso é que é certo. E não, ser como ele é, um ansioso desesperado que move montanhas pra esclarecer coisas. Não dorme por isso. Não come por isso. E fica sentado no meio-fio esperando por um telefonema até as três da manhã.
Henrique precisa entender e aceitar as diferenças entre os dois.
Mas tem dificuldades, porque às vezes sente-se sozinho na maneira como demonstra seu amor. Sobretudo quando Gustavo retorna à como era antes quando alguém está perto ou ouvindo e com isso o faz sentir ignorado.
Ao mesmo tempo, sabe que Gustavo tem uma paciência com ele que ninguém mais tem. E que tem motivos muito coerentes pra agir assim, e que gostaria de ser entendido e apoiado por Henrique, exatamente como Henrique gostaria de ser entendido e apoiado por ele.
As tempestades em copo d'água continuam. Sempre da parte de Henrique. O inseguro. Apavorado. Ansioso e complicado.
Aquele que escreve textos enormes pra de novo "falar sobre como se sente".
É um idiota.
E está louco pra ligar novamente (provavelmente o fará), já que ama tanto esse cara, que não consegue ficar brigado com ele.
Henrique tem achado que seus sentimentos estão descontrolados demais.
E opressivos demais.
Ou se segura ou vai estragar tudo.
Compreendendo que sua maneira de ver o amor pode se borrar e se desentender com a maneira como o amor espera ser visto.
Precisa voltar a racionalizar.
Pra parar de escrever erratas como essa, na semana que vem.
Dobrado Por Henrique Haddefinir às 19:36
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