Terça-feira, 21 de Fevereiro de 2006
Transformação...Seria arriscado pensar nas verdadeiras intenções imaginadas por Bono Vox quando o show "Vertigo" foi concluído ainda nos primórdios do lançamento do cd "How to dismantle an atomic Bomb". Seria arriscado, mais eu poderia tentar... Ele pensou em vertigens! E ontem, 20 de Fevereiro de 2006, no estádio do Morumbi em São Paulo, Bono Vox provocou a catarse mais vertiginosa da história dos shows internacionais no nosso país.Eu nunca fui um grande fã do U2.Lembro-me que na minha adolescência, nós tínhamos uma galera que andava sempre junta e na configuração normal do que se refere à rebeldia juvenil, as bandas que nos circundavam eram sempre as mais chocantes. Os garotos gostavam de gostar de Sepultura ou Pantera, ou ainda coisas mais sangrentas como aquelas bandas que tem corpos mutilados nas capas dos cds. Já eu, nunca fui muito assim. Tinha uma culpa religiosa muito aflorada e morria de medo de entoar cânticos satânicos sem querer. Achava mesmo que isso pioraria as minhas neuroses, ainda terrivelmente presentes na problemática da minha sexualidade temerosa. Por fim, ansioso por fazer parte de algum grupo social que me fizesse menos excluído, eu fui à caça de bandas que assustassem menos os meus pais. O Metallica tinha nome e imagens assustadoras, é bem verdade, tinha. Mas as letras eram confusas e sem sentido e o James possúia um pé o country que sempre nos proporcionava letras de amor disfarçado. Ainda peguei o lançamento do "Black Album" e me deliciei com essa oportunidade.Tínhamos um amigo que gostava de U2 nessa época. E coitado, ele era enxovalhado por causa disso. E pra piorar, ele ainda gostava de Radiohead e The Smiths. Os outros meninos diziam que aquelas eram "bandas de meninas" e se o rapaz não fosse popular entre as garotas, chegariam a duvidar da sexualidade dele... Enfim, nunca duvide do poder de uma mente adolescente. Elas podem ser expansivas como desertos e estreitas como ruelas. E o pobre do Eudes penava pra conseguir ouvir seu U2 nas festas! Na época, eu era apaixonado por um dos garotos e ele detestava a banda de Bono! Eu, provando que sensatez se alcança com o tempo, acabava odiando por osmose também. E quietinho...quietinho...ia gostando de "One" e "Stay" em silêncio. Me martirizando porque "With or Without You" me emocionava...Por fim, o tempo passou.Lembro que na época que "Pop" foi lançado, houve um divisor de águas. Todos que gostavam da banda acharam um absurdo o que Bono fizera com o som. Os samples eletrônicos e vestuário gay que a banda adotou enfureceram até mesmo o meu amigo Eudes, um dos fãs mais ardentes que eu já conhecera. Fiquei na minha. Não conhecia e não podia julgar. Embora o arranjo de "Dischoteque" me provocasse um estranho prazer... Dei o "Pop" de presente pra uma prima que adorava "Staring at the sun" e a moça nunca nem se deu ao trabalho de ouvir o cd inteiro. Daí, anos depois, fui a casa dela e trouxe alguns cds emprestados pra ouvir. O famigerado "pop" estava entre eles.Lembro que o motivo de tê-lo trago pra ouvir foi por causa de "If God will send his angels", que havia ouvido no filme "Cidade dos Anjos". E aí, numa tarde calma, coloquei o disco pra ouvir e fui me surpreendendo a cada faixa. O cd começa fraco, mas quando ouvi "The Playboy Mansion" e "Please", caí de quatro!! Nunca mais devolvi o cd pra prima desavisada. Desesperado, comecei a correr atrás do tempo perdido! Não tinha grana pra comprar os cds e dessa maneira, começaram os esforços pra conseguir gravar em fitas (bons tempos) tudo que eu podia. E estou nessa até hoje! Ganhei "All that you can leave behind" de uma amiga e amei!! Chorei como uma criança ouvindo "Miss Sarajevo" e "The First Time" e descobri ontem, vendo o show pela tv, que meu coração se entregou totalmente aos encantos de Bono Vox e sua banda.Sempre achei o cara um tesão!! E de pouco em pouco, esse tesão foi virando admiração também. A luta dele pra tentar mudar alguma coisa no mundo deve ser no mínimo reconhecida e respeitada. E acho que foi até isso que me emocionou mais no show de ontem. A forma como ele costurava aquelas canções, antes cantadas sob o prisma de um amor perdido ou encontrado, com linhas inteligentemente engajadas que não soam demagógicas e pedem um apurado senso de percepção que torna tudo deliciosamente atraente. Até porque eu odeio música engajada!! Não pela intenção, mas pela construção!Era impossível não parar e pensar no que acontecia ali. Era mágico. Dominador. Tudo tão bem pensado. Conduzido. Não sei se tinha mais a ver com meu estado de espírito, mas o fato é que eu me derramei em emoção durante aquele show. A cada canção cantada (e eu descobri que conheço o repertório melhor do eu pensava) e a cada mensagem sugerida, eu sentia meu coração se encher de orgulho por ter tido a chance de me permitir ouví-los. E devo isso tudo ao meu amigo Eudes, que hoje nem vejo mais e que descobri que virou até evangélico. Não é incrível? Quando Bono usa aquela faixa (não consegui uma foto, acredita?) sugerindo a coexistência das pessoas e religiões e transmite uma idéia de expansão mental e dá sentido às palavras que lhe saem da boca e quase suplica compreensão dos que se reúnem tão ardentemente pra ouví-lo... quando ele canta e não é entendido, só ouvido. Acho que isso também me entristeceu.Fiquei mais apaixonado por ele em seu esforço em fazer valer a pena todo o sacrifício dos que estavam ali há dias pra vê-lo. Em todas as palavras que ele tentou dizer. Na menina (também taradinha no queixo dele) que foi pro palco ter o privilégio de beijá-lo. Mas principalmente e sem dúvida, nas lágrimas que ele me provocou quando arriscou com paixão cantar os versos em italiano de "Miss Sarajevo". Essa música me emociona de um jeito inacreditável! Tudo isso, pra depois vir com o golpe final: a belíssima "40", cantada em uníssono por todo o estádio, enquanto Bono pendurava teatralmente um terço católico no microfone iluminado. Era tarde demais, eu já estava arrebatado! E já havia crescido dentro de mim uma grande tristeza por não ter estado lá e uma grande felicidade por ter tido tempo de reconhecer o valor dos caras.Fiquei mexido. Mexido mesmo. As canções de Bono e seu empenho em fazer a diferença foram tocantes demais pra mim. A ponto de me fazer reunir tudo que tinha deles em casa e ouvir novamente. Emocionado. Orgulhoso de mim mesmo. Por ainda ser capaz de chorar por arte. De reconhecer que tudo tem sua verdade, assim como ele diz em dado momento do show: alá is truth, jesus is truth, all saints is truth. De repente eu percebi que meu discurso estava ali, cantado nas melodias de "Still havent found what I'm looking for" ou de "One". E meu Deus!!! Um clarão se abriu! Iluminou tudo! E eu precisava dizer o quanto me fez bem. Como se ainda houvesse tempo pra tudo. Esperança pra tudo. E eu quis estar no lugar daquela menina que ele buscou no palco, não pra beijar o lindo queixo dele ou acariciar seus cabelos, mas pra apertar sua mão, dar-lhe um abraço e agradecer: Bono, aos que te ouvem e te entendem. Aos que vertiginosamente buscam entender.Um beautiful and unforgetable day!"Dici che il fiume trova la via al mare
Che come il fiume giungerai a me
Oltre i confini e le terre assetate
L'amore giungerà, l'amore
E non so più pregare
E nell'amore non so più sperare
E quell'amore non so più aspettare"MISS SARAJEVO
Segunda-feira, 13 de Fevereiro de 2006
Dá vontade de fazer um outro blog só pra fazer homenagens à todas as minhas sensações de felicidade...
Não importa se o Gustavo é casado. Não importa o quanto isso vai durar... Um mundo novo se abriu pra mim: eu posso ser amado por alguém!! Eu posso!! Eu posso!!
É como se novas confirmações viessem dos céus pra me dizer que há algo de especial em ser eu mesmo.
Feliz!!!
Feliz...
Porque até minhas futuras tristezas serão novas.
Esse post é um agradecimento... E uma notificação à todos os que me conhecem:
Estou amando e sendo amado!!
E se esse blog tivesse ferramentas cinematográficas, ele estaria soltando rojões e serpentinas por toda parte!!
Eu estou feliz!!!
Feliz!!!
E provando todas as minúcias do amor correspondido!
Feliz!!!
Feliz!!!
Com toda burrise que a felicidade acerca:
Todas as histórias não são nada depois da minha.
Todo meu amor justifica minhas razãoes.
Eu sempre tenho razão.
É como se eu pudesse transbordar... E meu cérebro pensar em mil frases tolas de efeito romântico.
São novas páginas de novas sensações.
Feliz!!!
Feliz!!!
E obtendo as respostas que a angústia não me deixava encontrar...
Segunda-feira, 6 de Fevereiro de 2006
SONHOS DE UM ALBATROZ
...de vez em quando o peito dele se esfrega na terra e dói.
O pássaro percorre os espaços e atravessa as divisas. Ele voa. Ok... Vamos falar sobre voar. Vamos falar sobre o bater das asas. Vamos lá... Tecer análises e comentários sobre o sentido tão amplo e romântico de voar. E vamos imaginar um pássaro que tem em suas ambições a parte mais alta do céu, e que pra isso, esticou as pontas de suas asas até as bordas mais distantes. Vamos imaginar o pássaro mais largo e que voa sempre mais adiante. Vamos imaginar até onde ele pode chegar... E vamos imaginá-lo cair...
De vez em quando ele decide que a liberdade é inútil. Quando se sabe que se pode ir a qualquer lugar, nenhum lugar se torna interessante. Faz tempo que esse pássaro delimitou as áreas de seus vôos. Decidiu que não vai mais pra ali, nem pra lá. Dividiu seu céu em territórios seguros. Prometeu-se impulsos pensados. Precisava disso porque às vezes... Às vezes o peito dele se esfrega na terra e dói. Dói tanto... Dói por dentro. E ele sente-se tão estúpido com isso. Porque jamais foi capaz de renegar a beleza dos céus. E corre pra ele. E vai tão alto que a respiração lhe falta... Mas cai, precisa cair... E cai.
De vez em quando gostaria de ser como seus irmãos que não voam. Que olham pro alto e não enxergam caminhos. Que seguem os passos que seus pés podem tocar. De vez em quando ele até experimenta... Mas logo aquele azul distante sopra um beijo em seus sentidos e ele sobe...sobe alto...sobe mais... E por instantes sua força pra voar é o maior de todos os seus orgulhos. E quase, quase vale a pena o pesar de cair.
Vamos imaginar um pássaro que não aprendeu a pousar. Que esquece os músculos de segurança que impedem o vôo desmedido. Que esquece a obrigação de voltar... Vamos pensar sobre o Albatroz que alcança a nuvem mais alta em nome de seus desejos passionais, e que não sabe descer do seu sonho, esfregando o peito na terra dura do seu senso de realidade. Vamos pensar na beleza desse pássaro sagaz. Na beleza do seu amor pelo vento e na ingenuidade que leva-o a crer na eternidade dele...
Vamos pensar em quem somos nesses céus que nos separam da terra. Se somos o Albatroz que voa sem pensar nas penas que perde quando cai com o peito no chão seco, ou se somos os outros, aqueles que ficam aqui embaixo, olhando pro alto e admirando uma vista que nunca teríamos coragem de contemplar...
É isso... Estou ainda me perguntando se decolo ou aceno aqui debaixo pra você. Se me perco em você ou se te estendo um mapa pra você se encontrar. Se sou o Albatroz que meu coração deseja...ou se prefiro a segurança do meu chão de terra quente.
Teu por enquanto, e até agora.
Sexta-feira, 3 de Fevereiro de 2006
Pensem no lado bom... o buá é azul!
Essas são as fotos do meu aniversário. Foi uma noite maravilhosa e eu estava muito feliz. A vida tem sido boa pra mim nos últimos tempos e uma pena que meus amigos do Rio (Roberta, Nice, Lídia, Luís... essa noite também foi pra vocês) e os por correspondência (Lucci, Kelly, Carmem... pra vocês também) não puderam estar aqui. O Gustavo também não... mas até a imperfeição nesse dia estava perfeita.Enfim, um grande dia.Obrigado Deus e obrigado tudo!!
Minha sobrinha Carol, meu sobrinho Matteus e minha prima Flávia. Essa de azul é minha irmã Zélia (será que todo gay tem essa penca de sobrinhos? isso é tão clichê...)
Minha mãezona!!!!!
A galera toda!!!!
Eu e Simone
Eu e Ritchelli (boyfriend da Marcela)
Eu e Marcela (linda!!)
Eu e Mariana
Cortando a lasanha...
Eu e Bárbara