Domingo, 11 de Abril de 2010

Lost 06X11

Lost - "Happy Ever After"

 

            A função do episódio 11 dessa última temporada de Lost poderia ser resumida num único diálogo:

 

Motorista: Qualquer coisa que o senhor precise, Sr. Hume, é só pedir.

Desmond: Na verdade, há uma coisa George. Você poderia conseguir para mim o manifesto do vôo 815? Apenas os nomes dos passageiros.

Motorista: Consigo. Importa-se se eu perguntar por que precisa disso?

Desmond: Só preciso mostrar uma coisa a eles.

 

 

            Finalmente, depois de mais de metade desse caminho final, a realidade paralela ganha uma nova dimensão, mostrando que seus acontecimentos não estão, de maneira nenhuma, desconectados do que estamos vendo na ilha. E eu, com um sentimento imenso de alívio, pude ficar tranqüilo com a constatação de que Damon e Cuse não esqueceram do que tinham nas mãos: a série mais inteligente e original da história da televisão mundial.

 

            Mais uma vez, assim como aconteceu com Ab Aeterno, a história foi toda contada em flashes. O que parece que vai acontecer muito ainda até os episódios derradeiros. Embora o ritmo tenha sido lento, não podemos nos enganar, atravessamos uma linha conceitual importante aqui. E os detalhes, meu Deus, os detalhes ganham ares de perfeição quando se trata de Lost.

 

            O episódio inicial chamava-se LAX. As letras “L” e “A” se referiam claro à cidade de Los Angeles. O “X”, conhecido como um símbolo de imprecisão matemática corresponde também a fatores indeterminados, ao desconhecido e não classificado dentro de uma linha de raciocínio lógico. Nessa mesma estréia, vemos Jack ressuscitando Charlie no banheiro do avião. Não sabemos, mas naquele momento, Charlie seria o primeiro a perceber que alguma coisa não estava certa. E apenas agora, quando ele e Desmond se encontram, é que teremos certeza de que o “X” da questão se refere também ao que está acontecendo em Los Angeles e não só ao que acontece na ilha. Resolvendo os temores de que a realidade paralela fosse um adorno especial para uma última temporada, apenas.

 

            Charlie sofre e passa a fazer com que Desmond sofra também, as influências de estranhas memórias e sensações. Eloise confirma que há algo de podre naquela vida tão perfeita que todos estão vivendo ali. Ao perceber que Desmond finalmente chegou até Penny, ela se apavora com a possibilidade de que tudo seja desvendado e diz a ele: Pare. Olhe para a vida que você tem. É perfeita. Imediatamente, somos confrontados com a idéia de que todos estão vivendo as vidas que adorariam viver. Tudo que Desmond queria era a aprovação de Widmore, e ele tinha. Assim como numa análise rápida, podemos perceber que Saywer, Locke, Hurley e Jack também alcançaram coisas importantes nessa realidade alternativa. Coisas que não tinham e que queriam muito.

           

Nesse instante, pensei que talvez estivéssemos lidando com um conceito de “mundos semelhantes” desenvolvido por Stephen King, uma eterna fonte de inspiração para Damon e Cuse. Na série A Torre Negra, a comitiva de Roland é formada por três pessoas que vieram de três mundos diferentes. Os mundos são semelhantes em forma, mas diferentes em conteúdo. De maneira alguma são sonhos ou fantasias. Eles existem. Correm paralelos ao nosso. Mas o que num mundo pode se chamar Coca-Cola, no outro pode se chamar Cola Kooza.

            Amo o fato de ser um fã tão antigo de King, porque ele, em sua genialidade, construiu uma base de mitologia que ronda não só Lost como Fringe, outra grande série da atualidade. E até que Faraday aparecesse no episódio, tive certeza que estávamos lidando com algo assim. Realidades semelhantes se atritando depois que a bomba explodiu.

           

Aí veio Faraday dizer que na verdade “eles tinham mudado alguma coisa”. Ele, assim como Desmond e Charlie, esbarrou na verdade sobre seus destinos. E o que precisam fazer agora, é provocar o mesmo esbarrão nos outros passageiros. Precisamos apenas estar diante do momento em que ficará claro que o que vemos na realidade alternativa são cenas do futuro “pós episódio final”. E que a missão de Desmond é apenas mostrar que eles esqueceram a vida que precisavam realmente ter vivido. Ou não. Graças a Deus a série mantém até hoje, vivo, o espírito vindo da escolha de seu título.

 

Semana que vem teremos o aguardado episódio centrado em Hurley. Mesmo que seja uma ação intermediária novamente, estou feliz. Essa semana os criadores da série deram aos detratores de Lost a melhor resposta de todas: sempre soubemos exatamente o que fizemos e para onde precisamos ir.

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Dobrado Por Henrique Haddefinir às 18:48
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