Enfim, terminei a Sétima Temporada de 24 Horas depois de todo mundo. Mas terminei. E por enquanto o saldo ainda é confuso.
A série tem uma grande qualidade: tenta sempre refletir um comportamento político e lidar com referências e preconceitos. Esse ano, o importante era falar sobre tortura.
Jack Bauer deixou que a tortura se tornasse o seu maior talento. Durante seis temporadas foi só o que ele fez. Quando a imprensa começou a encher o saco falando isso, os roteiristas decidiram finalmente abordar a questão. E dá-lhe esforço pra tentar driblar a obrigação de manter a natureza violenta da série e ao mesmo tempo ser politicamente correto.
A solução foi criar uma agente que abominasse a prática pra trabalhar com Bauer. A idéia é inteligente porque depois de uma hora ao lado dele, ela percebe que existem casos e casos e que não dá pra ser unilateral nessa questão.
As repetições continuam lá e são insuportáveis às vezes. Se essa oitava temporada não for mesmo a última, a série pode chegar a um final muito indigno.
O box da temporada tem até um extra interessante a respeito dessa dificuldade de manter a qualidade dos episódios. Os roteiristas falam claramente sobre tudo que vêm sofrendo com o andamento do programa. E deixam claro que o desgaste é o único responsável por tanto desnível entre os episódios. A metade da temporada foi impressionante. O final, desesperado.
Eu destaco a decisão previsível mas não menos interessante de incluir nesse confuso final, uma cena bem emblemática em que Jack tem diálogos de arrependimento com um líder muçulmano pacífico. Outro grande trunfo da série é esse: aproveitar sua dimensão para disseminar a tolerância.
Que venha Nova York na vida de Jack!
Dawn it.